Presidente participou de cortejo pelas ruas da capital baiana - Foto: Ricardo Stuckert/PR
A violência policial na Bahia tem se tornado um tema central na política nacional e pode influenciar diretamente as eleições de 2026. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 mostram que o estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT) lidera o ranking nacional de letalidade policial e ocupa a segunda posição em número de mortes violentas intencionais, atrás apenas do Amapá.
Em 2024, foram 1.556 mortes causadas por intervenções policiais, quase o dobro do registrado em São Paulo e no Rio de Janeiro. No total, a Bahia contabilizou mais de 6 mil mortes violentas no período, o que representa 25% de todas as ocorrências do tipo no estado. Mesmo com uma queda de 8% em relação a 2023, o número ainda é considerado alarmante por especialistas em segurança pública.
O quadro de violência policial na Bahia é agravado pela atuação de 21 facções criminosas, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). As duas principais, o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM), disputam território em Salvador e no interior, provocando uma escalada de confrontos armados e insegurança nas comunidades.
Cinco cidades baianas como Jequié, Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana, estão entre as dez mais violentas do país, com índices superiores a 70 mortes por 100 mil habitantes. A taxa estadual de 40,6 mortes por 100 mil habitantes coloca a Bahia entre as regiões mais perigosas do Brasil.
O governo de Jerônimo Rodrigues reconhece a gravidade do problema, mas afirma que os indicadores vêm caindo gradualmente desde 2022. O foco, segundo a gestão estadual, é o enfrentamento diário do crime organizado e o fortalecimento de políticas de prevenção, inteligência e tecnologia. Ainda assim, organizações da sociedade civil cobram mais transparência, controle e responsabilização em casos de violência policial na Bahia.
Politicamente, o tema se tornou um ponto sensível para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem na Bahia um de seus principais redutos eleitorais. Governadores da direita, como Ronaldo Caiado (União Brasil) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), já indicaram que usarão os altos índices de criminalidade e letalidade policial no estado como munição eleitoral contra o governo federal.
Para analistas, a violência policial na Bahia simboliza um desafio duplo: reduzir os índices de criminalidade sem ampliar a letalidade das forças de segurança. O equilíbrio entre repressão e direitos humanos será decisivo para o futuro político da região e poderá influenciar o desempenho de Lula e do Partido dos Trabalhadores no pleito de 2026.
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"Os principais objetivos são coibir os roubos nas regiões, prender criminosos e desobstruir vias", destacou o governador.
O ex-ministro relembrou que, naquela época, o então deputado enfrentava dificuldades para conseguir espaço na imprensa e aceitação política.
O ministro também destacou que o habeas corpus não é o instrumento adequado para reavaliar provas ou antecipar julgamentos.
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