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Governo Lula estuda assistência a familiares de mortos pela Polícia do Rio na megaoperação

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, argumenta que o governo federal tem o dever de dar respostas diante do grande número de mortes.

Redação

04 de novembro de 2025 às 13:54   - Atualizado às 13:55

Governo Lula estuda assistência a familiares de mortos pela Polícia do Rio na megaoperação.

Governo Lula estuda assistência a familiares de mortos pela Polícia do Rio na megaoperação. Foto: Agência Brasil

O governo Lula (PT) estuda se prestará algum tipo de auxílio às famílias dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. As informações são da coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

A ação, comandada pelo governo estadual de Cláudio Castro (PL), ainda repercute em Brasília e gerou divergências sobre a forma de o Planalto se posicionar diante do caso.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, defende que a União participe de forma ativa na assistência às famílias das vítimas. Ela argumenta que o governo federal tem o dever de garantir os direitos humanos e dar respostas diante de ações policiais com grande número de mortes.

No entanto, integrantes do Palácio do Planalto tratam o tema com cautela. Há uma preocupação política sobre como a sociedade pode interpretar o gesto de apoio. Segundo interlocutores do governo, existe o receio de que uma ação mais direta da União seja vista como um alinhamento com pessoas ligadas ao crime organizado. Essa possibilidade tem travado qualquer decisão definitiva sobre a ajuda humanitária.

Por enquanto, a avaliação dentro do governo é de que a responsabilidade pela assistência deve ser do Estado do Rio de Janeiro, já que foi a administração estadual que comandou a operação. O Planalto, contudo, não descarta que os ministérios ligados aos direitos humanos continuem acompanhando os desdobramentos da ação.

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Na última quinta-feira (30), a ministra Macaé Evaristo esteve pessoalmente no Complexo da Penha, onde conversou com moradores sobre os efeitos da megaoperação. Em suas declarações, a ministra classificou a megaoperação como “um fracasso” e destacou que operações com tamanha letalidade não resolvem o problema da segurança pública.

A visita contou também com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que reforçou a necessidade de diálogo com as comunidades e cobrou investigações sobre o alto número de mortos. Segundo ela, é preciso que o Estado ofereça respostas transparentes e evite a repetição de ações que terminem com saldo elevado de vítimas.

Nos bastidores, a equipe presidencial analisa o impacto político e social de qualquer manifestação pública sobre o tema. A decisão final, segundo esses interlocutores, dependerá de uma avaliação conjunta entre a Casa Civil, o Ministério da Justiça e os Direitos Humanos.

Defensoria do Rio

Relatos colhidos pela Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, após a realização da Operação Contenção, na última terça-feira, 28 de outubro, nos complexos do Alemão e Penha, na zona norte do Rio, denunciam violações de direitos humanos. Entre os relatos, familiares dizem que pessoas inocentes foram mortas ou presas, e mulheres relatam ter sido assediadas por policiais. 

A Ouvidoria Geral é um órgão externo à Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. 

“Eles entraram aqui em casa e ficaram procurando algo ou alguém e fizeram várias perguntas, querendo saber eu morava sozinha, e eu disse que morava com minha mãe e os meus dois filhos".

"Aí, ficaram me secando e dizendo que uma mulher bonita como eu merecia morar em um lugar melhor. Quando o com a toca ninja saiu, apertou o meu peito”, relata uma mulher de 23 anos que não foi identificada.

Outra mulher ouvida pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro disse em relato:

“Eu estava dormindo quando eles entraram, e eu durmo só de blusa, né? Acordei assustada com as vozes deles. Aí, foi quando eu vi que eles já estavam dentro da minha casa. Eu sou manicure e fiquei trabalhando até tarde. Eles levantaram o lençol com a ponta do fuzil e ficaram fazendo várias perguntas e levando com a ponta do fuzil minha blusa, e eu pedindo 'por favor, moço não tenho envolvimento com nada não', e apontando minha maleta de unha. Aí, um entrou e tirou ele do meu quarto”.

Os relatos estão no relatório Atuação da Ouvidoria da Defensoria Pública na Operação Policial realizada no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, divulgado no domingo (2). O relatório se refere a relatos e acontecimentos que foram acompanhados pelos ouvidores nos dias 29, 30, 31 de outubro e 1° de novembro.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 121 pessoas foram mortas na operação, dentre elas, quatro policiais e 117 civis. A operação cumpriu 20 dos 100 mandados de prisão emitidos pela justiça e incluía também 180 mandados de busca e apreensão. Outras 93 pessoas foram presas em flagrante. O alvo da operação era o Comando Vermelho, que controla o território.

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