A empresa 123 Milhas apresentou um pedido de recuperação judicial no valor de R$ 2,3 bilhões, citando uma série de desafios internos e externos que resultaram em um considerável aumento de suas dívidas ao longo dos últimos anos. Fundada em 2016 como uma agência de viagens especializada em ofertas de passagens aéreas utilizando milhas, a empresa tomou a decisão de suspender, a partir de 18 de agosto, a venda de pacotes com flexibilidade de datas e a emissão de passagens promocionais.
O impacto dessa medida afetou particularmente os clientes que haviam adquirido pacotes da linha "Promo", que ofereciam datas flexíveis e viagens programadas entre setembro e dezembro de 2023. No entanto, o Ministério do Turismo reagiu à situação suspendendo a participação da empresa no programa de empréstimos do setor e anunciando uma análise aprofundada do modelo de negócios da agência.
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A justificativa apresentada pela defesa da 123 Milhas para o pedido de recuperação judicial é a grave crise financeira, considerada a mais severa desde a sua fundação. A empresa expressou a intenção de utilizar esse processo legal como meio de garantir o cumprimento de suas obrigações com clientes, ex-funcionários e fornecedores, visando assim encontrar soluções em conjunto com os credores para reestabelecer gradualmente sua estabilidade financeira.
A trajetória da empresa ao longo de sete anos foi marcada pelo transporte de 15 milhões de passageiros, tanto para destinos nacionais quanto internacionais, através de suas ofertas de passagens aéreas baseadas em milhas. É essencial ressaltar que o recurso à recuperação judicial é viável apenas para empresas que possuem um plano sólido para sua reestruturação econômica e financeira. Caso contrário, a alternativa é a falência.