06 de janeiro de 2025 às 17:51 - Atualizado às 18:17
Vírus do Covid-19. Foto: Divulgação.
A recente alta nos casos de metapneumovírus humano (HMPV) na China tem gerado preocupações em algumas partes do mundo, especialmente após a experiência com a pandemia de Covid-19. Entretanto, os especialistas estão fazendo uma distinção clara entre os dois vírus e, por enquanto, não há indicativos de que o HMPV possa causar uma pandemia global. Entenda os detalhes sobre esse surto e o que sabemos sobre o comportamento do HMPV.
O metapneumovírus humano (HMPV) não é uma descoberta recente. O patógeno foi identificado pela primeira vez em 2001, na Holanda, e desde então tem sido registrado em diversos países, incluindo o Brasil, desde 2004. O HMPV é um vírus respiratório pertencente à mesma família do vírus sincicial respiratório (RSV), ambos causadores de doenças respiratórias em seres humanos.
Os sintomas mais comuns do HMPV incluem tosse, febre, congestão nasal e dificuldades respiratórias. Em casos mais graves, o vírus pode evoluir para complicações como pneumonia e bronquite, o que representa um risco mais significativo para crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Apesar de ser um patógeno conhecido, o recente aumento de casos, especialmente na China, tem atraído atenção internacional.
O aumento no número de casos de HMPV na China tem sido reportado principalmente entre crianças e adolescentes de até 14 anos, com um foco específico na região norte do país. O diretor do Instituto Nacional de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis da China, Kan Biao, declarou que, apesar do crescimento nos números de infectados, o sistema de saúde chinês não está sendo sobrecarregado, e a população não deve entrar em pânico. O instituto também descartou a possibilidade de que o vírus esteja configurando um cenário de pandemia iminente.
As autoridades de saúde locais alertaram a população sobre a importância de manter boas práticas de higiene e cuidados preventivos, mas ressaltaram que, por ora, a situação está sob controle. A alta nos casos pode ser interpretada como parte de um padrão sazonal de infecções respiratórias, algo observado com outros vírus respiratórios, como o RSV, que também tendem a ter picos de infecção em determinadas épocas do ano.
A pergunta que muitos se fazem diante de qualquer novo surto viral é se ele pode evoluir para uma pandemia global, como aconteceu com a Covid-19. Porém, especialistas em virologia têm dado declarações tranquilizadoras em relação ao HMPV, afirmando que a chance de o vírus se comportar da mesma forma que o Sars-CoV-2 é extremamente baixa.
Flavio Fonseca, virologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirmou em entrevista à BBC que a população mundial já possui uma "imunidade natural" contra o HMPV, uma vez que ele circula entre os humanos há mais de 20 anos, e muitas pessoas já foram expostas a ele. Isso é um contraste com o que ocorreu com o coronavírus, um patógeno completamente novo para o qual a humanidade não possuía nenhuma forma de defesa.
Além disso, Fonseca ressalta que, embora a China tenha registrado alguns casos graves, a maioria das infecções é leve, com sintomas semelhantes aos de um resfriado comum. Para ele, a preocupação global é mais reflexo da vigilância intensificada desde o início da pandemia da Covid-19 do que de um novo e grave problema de saúde pública.
Em um outro ponto de vista, o professor Andrew Easton, virologista da Universidade de Warwick, no Reino Unido, explicou ao site Live Science que é importante monitorar se o aumento de casos é uma mudança no comportamento das pessoas infectadas ou uma possível mudança no vírus que poderia ter tornado o HMPV mais transmissível ou mais virulento. Até o momento, porém, não há evidências de que o vírus tenha sofrido mutações significativas que justifiquem uma preocupação maior.
Atualmente, não existem vacinas ou antivirais específicos para o tratamento do HMPV. O tratamento dos casos do vírus é basicamente sintomático, focando na redução dos sintomas, como a febre e a dor, similar ao tratamento para resfriados ou gripes comuns. Nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de oxigênio ou internação hospitalar, especialmente para os pacientes com complicações respiratórias.
A prevenção do HMPV segue as mesmas orientações recomendadas para outros vírus respiratórios, como o RSV e a gripe. A principal estratégia é a manutenção de boas práticas de higiene pessoal, incluindo a lavagem frequente das mãos e o uso de lenços descartáveis ao tossir ou espirrar. Além disso, é importante evitar tocar a face, especialmente os olhos, nariz e boca, e manter o distanciamento social em situações de aglomeração.
Nos Estados Unidos, o Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alerta que o HMPV é particularmente comum entre crianças pequenas, e o período de incubação do vírus é de três a seis dias após a exposição. Os sintomas geralmente duram entre uma e duas semanas, mas o quadro clínico pode se agravar em indivíduos com condições de saúde preexistentes.
Embora o aumento de casos de HMPV na China tenha chamado a atenção de autoridades de saúde em todo o mundo, especialistas são unânimes ao afirmar que não há motivos para pânico. Diferente da Covid-19, o HMPV não é um vírus novo, e a população mundial possui algum grau de imunidade contra ele. A vigilância global é importante, mas as chances de que o HMPV cause uma nova pandemia são extremamente baixas.
Com o acompanhamento contínuo de especialistas e autoridades de saúde, o surto atual está sendo monitorado de perto, e as medidas de prevenção já conhecidas continuam sendo as mais eficazes para controlar a disseminação do vírus.
Da redação do Portal com informações do site Pleno.news
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