Stellantis enfrenta desafios e possível descontinuação de marcas

Concebida em 2021 após a fusão entre os grupos FCA e PSA, a Stellantis rapidamente se tornou a quarta maior fabricante de automóveis do mundo, enfrentando um setor cada vez mais competitivo. Na ocasião da fusão, a promessa foi de que nenhuma das 14 marcas do grupo teria suas atividades encerradas. No entanto, administrar tantas empresas juntas não é uma tarefa simples, e os desafios financeiros começaram a surgir.

Os números recentes revelam uma queda significativa nas ações da Stellantis, com uma redução de 22% neste ano. O lucro operacional caiu 40%, afetado principalmente pelo mercado norte-americano, enquanto a receita líquida registrou uma diminuição de 14%. O lucro líquido da empresa também sofreu uma queda drástica de 48%.

Diante deste cenário, o atual CEO da Stellantis, Carlos Tavares, expressou a necessidade de avaliar a viabilidade das marcas dentro do grupo. Em reuniões recentes, Tavares mencionou que as marcas que não geram lucro poderão ser fechadas, afirmando que a empresa não pode se dar ao luxo de manter marcas deficitárias.

Entre as marcas mais cotadas para serem descontinuadas estão a Chrysler, que atualmente só produz a minivan Pacifica, a centenária Dodge, e as italianas Alfa Romeo e Maserati. Estas últimas, em particular, enfrentaram uma queda de 50% nas vendas em 2023. Para 2024, ainda não há informações concretas, mas as especulações indicam que decisões importantes poderão ser tomadas em breve.

A possível aposentadoria do CEO Carlos Tavares antes dessas decisões seria um alívio para alguns entusiastas das marcas tradicionais do grupo. Muitos esperam que a empresa reconsidere a estratégia de reaproveitar projetos para criar novos modelos, como ocorreu com o Opel Corsa e o Lancia, que são releituras do Peugeot 208. Embora o 208 seja um carro respeitado, há um desejo de ver mais originalidade e inovação nas futuras criações da Stellantis.

A fusão entre FCA e PSA trouxe grandes expectativas, mas também inúmeros desafios. O futuro das marcas sob o guarda-chuva da Stellantis permanece incerto, e os próximos anos serão cruciais para determinar quais delas conseguirão sobreviver e prosperar em um mercado altamente competitivo.