As polêmicas envolvendo o nome do pastor Lucinho Barreto parecem estar longe de acabar. Após afirmar, durante um congresso para homens, que beijava a boca da filha, ainda criança, para “elevar sua autoestima”, os internautas resgataram outra pregação do religioso, de 11 anos atrás, quando ele afirmou que fazia a mesma coisa com o filho, que na época tinha apenas 8 anos.

“Você é gay? Você vai ser gay sabe com quem? Comigo. Nós dois somos homens, vou beijar a sua boca. Que nós dois vamos ficar aqui dentro dessa casa, que não te largo por nada nessa vida, que vou cuidar de você, porque não te pus nesse mundo pra você ser cobaia do capeta”, disparou o pastor.

E continuou: “E nós vamos virar macho nos dois, caramba. Eu e meu filhinho Davi, de 8 anos, a gente beija na boca até hoje. Esse menino vai querer beijar na boca de quem se ele já beijou? Alguém chegar pra ele e falar assim ‘dá um beijo aqui, veio’; [ele responde] ‘ih, veio, já tô beijando um homem aí’”, afirmou ele.

Pastor se defendeu

“Um beijo inocente, puro” e um “comentário brincalhão”. Foi assim que o pastor Lucinho Barreto, que viralizou ao afirmar que foi o primeiro homem a beijar a filha, justificou suas declarações, na sexta-feira, 3 de maio.

Em um vídeo, postado no Instagram, o religioso deu sua versão dos fatos, que aconteceram durante uma palestra para mil homens, segundo ele: “Eu estava falando pra eles sobre a necessidade de levantar a autoestima dos filhos, que hoje têm sido muito atacados nessa área. E eu fiz um comentário brincalhão. Quem me conhece e ao meu estilo de pregação sabe como eu sou”, começou.

Em seguida, Lucinho falou sobre o beijo: “Eu brinco, falo uma pregação sempre leve, alegre, mas agora estão pegando e tirando do contexto. E o que eu quis dizer ali é que eu dei um beijo inocente, um beijo puro na minha filha, com o intuito de levantar a autoestima dela”, garantiu, antes de completar:

“Não foi nada além disso. Eu odeio, com paixão, tudo o que tem a ver com pedofilia. Acho que criança não namora. Se você ficou entristecido pelo que falei, te peço perdão”, declarou.

No fim, ele voltou a explicar: “A única coisa que eu quis dizer é que nós, pais, temos que amar, cuidar, beijar e abraçar nossos filhos, e dizer o quanto eles são maravilhosos. O resultado deu certo: minha filha se tornou uma mulher maravilhosa, me deu um netinho lindo”, elogiou.

Entenda o caso

O pastor Lucinho Barreto, membro da Igreja Batista da Lagoinha, afirmou durante um culto ter beijado a filha na boca quando ela estava “distraída”. O vídeo viralizou nas redes sociais na última quinta-feira (2/5) e recebeu uma avalanche de críticas.

O trecho do vídeo foi retirado de um culto ministrado pelo religioso e disponibilizado no último dia 15 de abril no canal de YouTube da igreja. As imagens foram feitas dentro de um templo em Belo Horizonte (MG).

Barreto e o filho Davi falavam sobre a passagem de Gênesis 22, em que Deus pede a Abraão que dê seu filho como holocausto. Em um determinado trecho, o pastor fala da criação dos filhos.

“Peguei minha filha um dia e falei que amava ela. Falava: ‘Nossa, que mulherão. Ai se eu te pego’. Ela falava: ‘Credo, pai, você já é da mamãe’. Daí dava beijo nela. Um dia, ela distraiu e eu dei um beijo na boca dela. Ela disse: ‘Que isso, pai?’. Eu falei assim: ‘Por que quando encontrar seu namorado, vou falar: você é o segundo. Eu já beijei’”, exemplificou ele, arrancando risadas da plateia.

O intuito era mostrar que o papel do pai é de valorização de seus filhos, segundo o pastor.

Depois, Lucinho afirma que a filha “tem uma relação muito forte” com ele. “[Ela] Me ama. Quem me ouve falar uma coisa dessa pensa besteira. Quem tem mente suja pensa coisa suja. Mas quem sabe de pureza, sabe do que estou falando aqui”. Até o momento, ele não se manifestou sobre o caso.

Filha sai em defesa do pastor

A filha do pastor Lucinho Barreto se manifestou após o pai aparecer em um vídeo, durante um culto, dizendo que a havia beijado. Emily Barreto Bichara negou qualquer tipo de abuso e afirmou que o líder religioso sempre foi para ela “um bom exemplo de uma figura paterna maravilhosa”.

“Cortaram e fizeram loucuras com o trecho”, explica Emily sobre o vídeo em que o pai dá exemplo de como uma filha deve ser criada. “Meu pai nunca me beijou de língua, nunca fez nada comigo”, garante. “No máximo selinho de pai, mãe”.

Emily diz que a situação toda é um “absurdo”, que “tiraram a fala totalmente do contexto” e que ela não estava sendo coagida a nada. Defende o pai diversas vezes e afirma que “tinha espaço, tinha liberdade com ele”.

Ela é casada e tem um filho.

Da redação do Portal de Prefeitura com informações do Metrópoles