Na última quarta-feira, 11 de outubro, o vereador Rinaldo Junior (PSB) realizou uma audiência pública, no plenarinho da Câmara Municipal do Recife, visando discutir um projeto em elaboração, de sua autoria, sobre as creches noturnas.

A proposição, de acordo com o parlamentar, atenderia a demanda de famílias que apresentam atividades profissionais ou acadêmicas comprovadas no horário da noite, além de poder acolher crianças em situação de vulnerabilidade social.

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Segundo Rinaldo Junior, o projeto prevê que sejam utilizadas as creches da Secretaria de Educação nos horários noturnos com as equipes e a estrutura da Secretaria de Assistência Social, reduzindo as desigualdades sociais e atendendo o direito das crianças de permanecer em local seguro de desenvolvimento.

Ele disse que a proposição garantiria a realização de atividades lúdicas necessárias à faixa etária e também considerou a audiência pública um oportuno momento para debater o tema.

Rinaldo Junior citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pontuou que muitas famílias não têm condições de contratar uma babá para cuidar dos filhos enquanto os pais trabalham à noite.

“Segundo dados do IBGE, entre 2010 e 2018, as vagas do trabalho noturno pularam de 4% para 12%. Quer dizer que 12% dos trabalhos formais no nosso país são formados por trabalhadores noturnos. Sabemos o quanto é o custo para manter uma criança com uma babá. É muito caro e as pessoas que vivem na periferia sabem que, muitas vezes, a mãe o pai de família deixa de arrumar um emprego porque não tem com quem deixar sua criança”.

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) disse que não compreendia o nome de creche noturna e que era preciso pensar no descanso das crianças.

“Creche noturna não seria o nome porque creche é lugar de garantia da escolaridade e a criança já a tem resguardada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A gente pode pensar sobre espaços públicos de acolhimento. E refletirmos no lado dos profissionais e de como toda a organização é feita, iniciando o dia às 7h até 17h. Sabemos que é uma garantia das mulheres, mas a gente tem que pensar também nas nossas crianças. E pergunto como seria o funcionamento das 17h às 23h porque compreendo que uma criança precisa dormir porque ela está cansada. E indo a um espaço noturno, qual será o horário de convívio familiar? E quais seriam os profissionais destinados?”, indagou.

Da redação do Portal com informações da Câmara do Recife