Ex-mulher de Pedro Eurico detalha abusos que sofreu do ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco

A economista Maria Eduarda Marques de Carvalho, ex-mulher de Pedro Eurico, ex-secretário de Justiça e Direitos Humano de Pernambuco, participou nos dias 20 e 21 de novembro, em Fortaleza, do I Fórum Brasileiro de Enfrentamento à Violência Doméstica, com iniciativa do Instituto Maria da Penha.

Com a presença da farmacêutica e ativista Maria da Penha, que sobreviveu a um feminicídio e virou nome de lei no Brasil, o evento colocou em debate o enfrentamento a violência doméstica e familiar contra a mulher.

No final do ano de 2021, há exatamente dois anos, a economista aposentada de 58 anos, denunciou agressões sofridas durante o relacionamento que manteve por 25 anos com o ex-marido de 73 anos.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, por estupro, perseguição e violência psicológica e contra mulher.

Com forte atuação no elo político estadual Pedro entregou o cargo de Secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado após as denúncias virem à tona.

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No 1° Fórum

Incentivada pelo terapeuta, Maria Eduarda começou a ir sozinha para sua cidade natal, Olinda. Passava horas à beira mar, chorando. Entendeu que ali era seu lugar, era onde foi e poderia ser feliz. Resolveu também mudar de quarto, criar um espaço só seu.

“Pintei as paredes de rosa e comecei a fazer tudo o que queria. Coloquei umas plaquinhas de madeira tipo ‘Calma na Alma’. Fui levando Olinda ali pra mim. No quarto rosa, fui me fortalecendo e comecei a negar coisas: sexo, companhia, diálogos. Fui pedindo a ele pra me separar. E aí tudo piorou. Ele começou a ficar mais violento em todos os sentidos. Dizia que ia me matar e ia parecer um acidente, me violentava sexualmente. Não tinha menor ideia de que aquilo era um estupro, assim como desconhecia a violência patrimonial. Tirou meu cartão de crédito, de débito, eu tinha que pedir dinheiro a ele todos os dias. Só fui entender tudo quando procurei advogados. Foi então que consegui ter forças para denunciar e sair de casa. Eu pensei, morta eu já tô aqui dentro. Vou lá pra fora, se morrer lá fora, tudo bem, mas morrer aqui dentro não.”

Em 2021, Eduarda conseguiu sair de casa e voltar para Olinda, acompanhada por seguranças. A princípio, foi morar com a mãe. Depois arrumou um canto só para ela: “Eu saí do quarto rosa, saí do imaginário e fui pra Olinda real. Meu sonho se tornou realidade: ficar viva em Olinda. É a primeira vez na vida que moro sozinha. É muito bom, tenho tempo pra mim, faço o que quiser da minha vida, eu nunca imaginei que isso pudesse existir”.

Ela diz que Pedro não aceitou isso fácil e quebrou por três vezes a medida protetiva naquele ano. Ao ser avisada de que ele estava no seu prédio, teria chamado a polícia.