Segundo apuração do Estadão, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não pretende tomar a decisão sobre paralisar o Brasileirão por ora e deve manter os adiamentos das partidas de equipes gaúchas como solução paliativa. Isso porque o problema de uma eventual paralisação seria a escassez de datas no apertado calendário do futebol nacional.

A entidade até rechaçou paralisar as competições durante a Copa América, na Data Fifa, quando os clubes perdem diversos jogadores para as suas respectivas seleções. A Conmebol, responsável por Libertadores e Sul-Americana, não irá se manifestar sobre o assunto até que a CBF se posicione sobre o tema.

Uma outra hipótese seria a criação de uma bolha para os times gaúchos, como já ocorreu na Europa. A Liga dos Campeões da temporada 2019/20, vencida pelo Bayern de Munique, teve a sua reta final disputada inteiramente em Lisboa por causa da pandemia de covid-19 – à época, o Independiente Del Valle, do Equador, mandou jogos no Paraguai por causa da crise sanitária.

O Maccabi Haifa, de Israel, já realizou partidas na Sérvia por causa da guerra em seu país de origem. O principal complicador para a criação de uma bolha as equipes do Rio Grande do Sul é o fato de o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, estar com voos suspensos até o dia 30 de maio.

Para além da questão de calendário, vale ressaltar que as equipes gaúchas estão sob déficit técnico, pela falta de treinos, e psicológico. Nos últimos dias, jogadores do Internacional e Grêmio se mobilizaram para ajudar as vítimas das chuvas – o goleiro do Inter serviu comida aos necessitados, enquanto o veterano Diego Costa participou de resgates com motos aquáticas. Recentemente, o técnico Renato Gaúcho precisou se resgatado do hotel onde mora após ficar ilhado e sem conseguir fazer contato com a família.

Estadão Conteúdo.