As câmeras corporais (as bodycams) acopladas à farda do policial vai começar ser usado em Pernambuco a partir deste mês de setembro.

Será implantado, em formato piloto, com 187 câmeras, no 17º Batalhão, em Paulista, também responsável por Abreu e Lima. O kit, com investimento de mais de R$ 500 mil, é composto de bodycams, no-break, disco rígido e storage (servidor).

De acordo com dados fornecidos pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública/2023, a Bahia lidera o ranking dos estados com maior letalidade em confronto policial, ultrapassando o Rio de Janeiro.

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Foram 1464 mortes ocorridas na Bahia em intervenções oficiais; no Rio foram 1330. O terceiro colocado é o Pará com 621 mortes (menos da metade das ocorrências do RJ). Pernambuco está na 16ª colocação, com 90 mortes.

“Pernambuco está atrasado com relação à implantação das câmeras corporais. O governo passado já teria de ter implantado, assim como a atual administração”, disse o sociólogo José Luiz Ratton, pesquisador da área de segurança da Universidade federal de Pernambuco (UFPE). “Esse é um programa consagrado no mundo todo, pesquisas demonstram a importância das câmeras, que diminuem a letalidade em ações policiais”, advertiu.

No Brasil, o principal modelo é o estado de São Paulo, que usa os equipamentos desde 2020. Houve redução significativa com a queda de mais de 60% na letalidade das abordagens da Polícia Militar paulista, apesar de ainda haver críticas (como equipamentos desligados, por exemplo).

Foram 697 mortes em 2019 para 260 em 2022, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A cidade de Ipojuca, localizada a 50 km do Recife, é a pioneira em Pernambuco no uso de câmeras corporais. Desde a última sexta-feira (1º), 50 câmeras já estão acopladas aos uniformes da Guarda Municipal.

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Força Nacional

Depois de o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sinalizar pelo uso de câmeras corporais na corporação a partir de 2024, o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, quer que a Força Nacional também adote o equipamento.

Em entrevista à Ponte, Alencar, destacou a importância do item, mas frisou que é necessário também uma mudança na matriz curricular das polícias “sob uma nova ótica de direitos humanos”.

Da redação do Portal com informações do Diário de Pernambuco