CÂMARA DO RECIFE: vereadores DEBATEM sobre armamento da GUARDA MUNICIPAL

"Além disso, oito capitais no Nordeste também armaram as suas guardas, e o secretário Murilo Cavalcanti diz que não tem base científica para isso? Ele coloca, todos os dias, 1800 guardas nas ruas desprotegidos", pontuou.

O parlamentar cobrou mais discussões sobre o tema na cidade, lembrou que o armamento é uma ação que exige preparo e treinamento.

"Ninguém nasce policial, é um protocolo de treinamento muito sério e rígido feito pela Polícia Federal. Leva tempo para se armar, é preciso de treinos. Agora, o que não dá é o secretário dizer que não há evidências para armar a Guarda Municipal, colocando as 24 capitais que armaram as suas guardas como erradas", afirmou.

Paulo Muniz voltou a discutir o tema nesta segunda-feira durante o grande expediente, período da reunião plenária dedicado a discursos que podem receber apartes dos parlamentares presentes. Na ocasião, ele voltou a tecer críticas ao secretário Murilo Cavalcanti e frisou sua defesa do armamento da Guarda Municipal do Recife.

“Como é que eles vão enfrentar a criminalidade desarmados? Até o STF, que entra em temas que eu não gosto ou discordo, já falou que Guarda Municipal pode ser patrimonial e cuidar das pessoas”.

Em apartes, os vereadores Alcides Cardoso (PSDB) e Doduel Varela (PP) frisaram que basta oferecer treinamento eficaz para garantir o uso devido do armamento pela Guarda.

“Qual a diferença de um homem da Guarda Municipal e de um homem da Polícia Militar? É só preparar, treinar”, afirmou Cardoso.

Já Varela lembrou que foi guarda municipal por 17 anos e atualmente é policial civil, e que a guarda do Recife está 'preparadíssima' pra defender o recifense

“Eu fui guarda municipal por 17 anos, e hoje eu sou policial civil, comissário especial de polícia. A mesma pessoa que trabalhou na Guarda passou a trabalhar na Polícia Civil, e armado. A Guarda Municipal do Recife está preparadíssima para defender o cidadão recifense”, disse Varela.

Líder do governo municipal na Câmara do Recife, o vereador Samuel Salazar (MDB) saiu em defesa de Murilo Cavalcanti e pontuou que o armamento da corporação exige o fortalecimento de instituições de controle interno.

“Ele [Cavalcanti] foi, de fato, quem abraçou essa bandeira de sucesso, que é o Compaz. Acho que todos nós reconhecemos como um equipamento importante, que vai no coração das comunidades fazer esse trabalho que, sem sombra de dúvidas, é de longo prazo, para ter a juventude ocupada, não ociosa, e a gente ter um futuro melhor”, considerou. “Eu até concordo que parte da Guarda deva ser armada. Mas, para isso, é preciso ter uma Corregedoria forte, é preciso ter um estudo muito, mas muito detalhado”.

Ao apartear Paulo Muniz, a vereadora Aline Mariano também se posicionou a favor do armamento, mas ponderou que a Câmara precisa insistir no diálogo.

“Essa postura de Vossa Excelência, talvez fruto da nossa indignação com a segurança, aflora os ânimos e traz uma fala dura acerca do secretário. Eu considero este Poder uma ponte, e sabendo do perfil do secretário Murilo, eu sei que ele toparia fazer essa discussão com esta Casa”.

Os vereadores Felipe Alecrim (PSC) e Victor André Gomes (UB) também se manifestaram a favor do armamento mediante um processo de treinamento adequado.

“É óbvio que não vamos, simplesmente, amanhã às 8h da manhã permitir que a Guarda Municipal saia por aí armada. Vamos, obviamente, formar essas pessoas”, argumentou Alecrim.

Victor André Gomes

“Tenho certeza absoluta de que todos os vereadores que compõem esta Casa e que estão a favor dessa pauta defendem de maneira uníssona que todos os guardas municipais sejam devidamente treinados, façam teste psicológico e tenham treinamento na prática para poder, assim, iniciar o seu dia a dia nas ruas do Recife”, pontuou.

Para o vereador Ronaldo Lopes (PSC), o armamento significa dar aos profissionais da Guarda Municipal mais segurança para atuar.

“Muitas vezes, exigimos que a Guarda Municipal faça a segurança do patrimônio, dos equipamentos públicos, mas aos mesmos não se disponibiliza essa segurança. O objetivo principal aqui é trazer a segurança para o profissional e, também, para os patrimônios públicos”.

De acordo com o vereador Almir Fernando (PCdoB), a Guarda Municipal do Recife possui condições de avançar em seu processo de armamento.

“Tem lei de Corregedoria. Já tem Ouvidoria, é lei. Está só faltando criar a academia. Poderia fazer uma parceria com a SDS [Secretaria de Defesa Social do Estado]. Já tem armamento, porque foi feito um convênio com a Polícia Federal. Já foi armada antes, tiraram a arma. A gente está querendo dar segurança ao cidadão e à Guarda Municipal”.