Foto: Giovanni Costa

O Dia Internacional de Combate às Drogas, comemorado nesta quarta (26), foi marcado por duas atividades na Assembleia Legislativa: o 16º Mutirão pela Vida – iniciativa que reuniu comunidades terapêuticas que atendem pessoas que enfrentam problemas com entorpecentes – e uma solenidade em homenagem aos 51 anos de existência dessas entidades. As iniciativas foram propostas pelo deputado Pastor Cleiton Collins (PP), com apoio da Mesa Diretora da Alepe.

Durante o mutirão, realizado ao longo do dia no pátio do Palácio Joaquim Nabuco, entidades prestaram atendimento a usuários de drogas e seus parentes. Durante a Reunião Plenária, Collins informou que cerca de 300 famílias foram atendidas. Homens e mulheres que venceram a dependência de entorpecentes também deram depoimentos. “Agradeço à Mesa Diretora, a meus pares e às comunidades terapêuticas pela realização dessa importante mobilização contra um mal que mata milhares de pessoas em nosso País”, disse.

À tarde, no Auditório Sérgio Guerra, representantes de vários órgãos do Estado, do Poder Judiciário, do Ministério Público de Pernambuco, de comunidades terapêuticas, entre outros, participaram da solenidade que celebrou os 51 anos dessas casas de recuperação. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, comunidades terapêuticas são instituições privadas, sem fins lucrativos, que prestam serviços de acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas. O acolhimento é realizado em regime residencial, de forma temporária e exclusivamente voluntário, e o principal instrumento terapêutico utilizado nesses espaços durante o tratamento é a convivência entre os pares.

Foto: Evane Manço

ATIVIDADE – 16ª edição do Mutirão pela Vida reuniu pessoas que lutam contra dependência química e prestam apoio àquelas que enfrentam o problema. Foto: Evane Manço

 

Entre os presentes ao evento, o secretário estadual de Política de Prevenção às Drogas, Cloves Benevides, falou sobre a necessidade de mais investimentos na prevenção e cuidados, a fim de antecipar cada vez mais a proteção aos jovens, além de oferecer aos dependentes e suas famílias o direito de recomeçar. O gestor demonstrou preocupação com o uso abusivo do álcool pela juventude, principalmente em municípios de pequeno porte. “O álcool é, por si só, talvez a droga mais devastadora de todas, em razão do alcance que tem e da banalização. É preciso que se discuta isso”, frisou. Em nome do governador, Benevides afirmou reconhecer o trabalho das comunidades terapêuticas. “É necessário incentivar, apoiar, mas também é preciso regular”, observou.

Titular da Vara de Execução de Penas Alternativas, o juiz Flávio Fontes abordou um pouco da realidade do sistema prisional do Estado. O magistrado, que também coordena o Centro de Justiça Terapêutica, citou como exemplo que, em 2018, o espaço recebeu 1.369 pessoas liberadas após passar por audiências de custódia. A maioria, afirmou, apresenta problemas com álcool e outras drogas. Ele defendeu que se aperfeiçoem as comunidades terapêuticas. “Sai mais barato do que construir um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que fecha em fins de semana, feriados e, durante a semana, só funciona até as 18h”, enfatizou.

O delegado Jean Rockfeller Alencar, diretor de Polícia Integrada Especializada (Diresp), da Polícia Civil de Pernambuco, assumiu o compromisso de colocar a instituição à disposição das comunidades visando à construção de um projeto de prevenção nas escolas. Ele deu como referência trabalho nesse sentido desenvolvido na Escola Municipal Otaviano Basílio, em Limoeiro (Agreste Setentrional).

Vereadora do Recife, Missionária Michele Collins, diretora da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas (Confenact), ressaltou que 1,8 mil famílias são usuárias do serviço em Pernambuco. “São 60 instituições no Estado. Entidades sérias e importantes, que foram construídas pelo povo brasileiro com o apoio das igrejas, quando ainda não se falava de política pública de combate às drogas”, explicou. Cleiton Collins argumentou em favor da união entre instituições. “É hora de termos um conselho atuante e imparcial que atue efetivamente na luta contra esse problema.”

Durante a solenidade, foram entregues certificados da Assembleia em reconhecimento ao trabalho das comunidades terapêuticas. Entre as entidades contempladas com diplomas, estavam Desafio Jovem do Recife, Fazenda Esperança, Casa de Recuperação Manassés, Saravida, Desafio Trindade de Garanhuns, Casa Novas de Paz, Comunidade São Miguel, entre outras. O presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP), os deputados Guilherme Uchoa (PSC),  Adalto Santos (PSB) e Delegado Erick Lessa (PP) também participaram do evento.