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Pastor é demitido após sugerir que Jesus traiu Judas em artigo religioso publicado

A publicação feita três dias antes da Páscoa, gerou forte reação entre líderes religiosos e fiéis, principalmente no meio evangélico e foi considerada ofensiva.

Eduarda Queiroz

28 de abril de 2025 às 14:38   - Atualizado às 14:38

Valdinei Ferreira e apresentação da Paixão de Cristo.

Valdinei Ferreira e apresentação da Paixão de Cristo. Foto: Reprodução/Redes Sociais e Bruno Vila Nova/Portal de Prefeitura

O teólogo e sociólogo Valdinei Ferreira, colunista da Folha de S. Paulo, foi demitido da Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente (Fatipi) após a repercussão negativa de um artigo publicado em 17 de abril, durante a Semana Santa.

No texto, Valdinei, que já foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo (Catedral Evangélica de São Paulo) sugere uma nova leitura sobre Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus Cristo segundo o evangelho.

Com o título "Judas traiu Jesus ou Jesus traiu Judas?", o artigo apresenta a perspectiva do teólogo francês Jean-Yves Leloup, que é baseado no "Evangelho de Judas", um texto não oficial da Bíblia, ou seja, não reconhecido pelas principais tradições cristãs, que o coloca como vítima de um possível engano de Jesus.

A publicação feita três dias antes da Páscoa, gerou forte reação entre líderes religiosos e fiéis, principalmente no meio evangélico e foi considerada ofensiva. Diante da pressão, a Fatipi optou pelo desligamento de Ferreira.

Conhecido por uma visão progressista do cristianismo e críticas ao conservadorismo religioso, o sociólogo também usou o artigo para lançar uma crítica indireta ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O parlamentar, evangélico e conservador, é citado como exemplo de atuação política baseada em certezas religiosas absolutas.

Um dos trechos mais repercutidos afirma: “Judas tinha certezas demais sobre quem era Jesus”. Ele defende que a história de Judas alerta para os perigos das convicções religiosas inquestionáveis moldarem decisões políticas — especialmente num contexto de crescente influência religiosa na política brasileira.

No último dia 24 de abril, o teólogo se posicionou e divulgou uma nota oficial respondendo às críticas.

"Sobre a repercussão do artigo 'Judas traiu Jesus ou Jesus traiu Judas?', que publiquei no site do Jornal Folha de São Paulo em 17/04/2025, venho esclarecer o que segue:

O artigo transcreve o argumento do teólogo Jean-Yves Leloup e deixa claro que o próprio Leloup não apresenta a ideia de qualquer traição promovida por Jesus como verdade histórica. O teólogo Leloup toma Judas como 'arquétipo' (símbolo presente em todas épocas e lugares) de personalidade humana que pode se enganar com base em certezas religiosas absolutas;

Na conclusão do artigo expresso minha opinião e propósito ao escrevê-lo, a saber: a) que cada cristão admita seu lado obscuro e reconheça que todos somos capazes de traições e equívocos em interpretações sobre Jesus; b) que se tenha cautela com visões políticas com base em certezas religiosas, que podem ser enganosas, como tristemente fica demonstrado no exemplo de Judas.

Cabe reforçar que o artigo foi elaborado a partir da perspectiva reformada de valorização das liberdades de consciência e de expressão sendo guiadas pelo amor e respeito àqueles que pensam de outro modo".

Apesar da polêmica, Valdinei reafirma que seu texto não sugere fatos históricos, mas busca provocar reflexão sobre as limitações humanas nas interpretações da fé e os riscos de absolutismo religioso em contextos políticos.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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