O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), realizou e divulgou uma pesquisa nesta quinta-feira, 25 de abril, e revelou que a fome afetou 3,2 milhões de residências brasileiras no ano passado. Esses domicílios enfrentaram privações alimentares em diferentes momentos durante o período de outubro a dezembro. Na pesquisa, foi avaliado que a região Nordeste tem uma média de 6,2% de fome considerada grave.

A escassez de alimentos não apenas afetou os adultos, mas também as crianças e adolescentes que residiam nesses lares, caracterizando uma situação de insegurança alimentar grave. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Segurança Alimentar 2023.

Esta é a quinta vez que o Instituto conduz a pesquisa sobre insegurança alimentar utilizando a mesma metodologia. No entanto, pela primeira vez, ela foi incorporada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

Essa inclusão na PNAD proporciona uma visão mais abrangente e aprofundada da situação da segurança alimentar no país, permitindo uma análise mais detalhada das condições socioeconômicas e demográficas associadas à insegurança alimentar.

Em 2023, dos mais de 78 milhões de domicílios mapeados pelo IBGE, 72,4% estavam em situação de segurança alimentar, enquanto 27,6% apresentavam algum grau de insegurança. A insegurança alimentar grave foi observada em 4,1% do total de lares, uma porcentagem menor em comparação com cinco anos atrás, mas ainda superior à registrada no estudo de 2013.

“O tema já foi investigado pelo Instituto anteriormente, nas edições de 2004, 2009 e 2013 da antiga PNAD e na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018, sempre utilizando a escala EBIA. Assim, embora não sejam diretamente comparáveis, por se tratarem de pesquisas diferentes, o IBGE vem mantendo um padrão quinquenal para essa investigação, permitindo traçar a trajetória de enfrentamento da fome no país”, afirma IBGE em comunicado.

Regiões Nordeste e Norte são as mais afetadas

No último trimestre de 2023, cerca de um quarto dos lares nas regiões Norte e Nordeste do Brasil enfrentavam situações de insegurança alimentar leve. Nessas circunstâncias, os residentes vivem com a preocupação ou incerteza sobre o acesso aos alimentos, o que muitas vezes leva à adoção de estratégias que comprometem a qualidade da alimentação e a sustentabilidade nutricional da família.

As taxas de insegurança alimentar grave nessas regiões foram superiores às observadas no restante do país durante o mesmo período.

Índices das regiões, segundo pesquisa

  • Norte: 7,7% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave;
  • Nordeste: 6,2% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave;
  • Centro-Oeste: 3,6% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave;
  • Sudeste: 2,9% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave;
  • Sul: 2% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave.

Comparativos em outros anos

2023

  • 72,4% dos domicílios possuíam segurança alimentar
  • 27,6% dos domicílios possuíam algum grau de insegurança alimentar
  • 4,1% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave

2018

  • 63,3% dos domicílios possuíam segurança alimentar
  • 36,7% dos domicílios possuíam algum grau de insegurança alimentar
  • 4,6% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave

2013

  • 77,4% dos domicílios possuíam segurança alimentar
  • 22,6% dos domicílios possuíam algum grau de insegurança alimentar
  • 3,2% dos domicílios possuíam insegurança alimentar grave