As projeções do mercado financeiro sobre a taxa básica de juros, a Selic, estão divididas quanto a uma possível desaceleração dos cortes. O Banco Central (BC) encerrará o ciclo de reduções com um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) a partir de quarta-feira, 8 de maio. Isso levaria a Selic para 10,50% ao ano.

Expectativas Iniciais e Sinalizações do BC

Inicialmente, o BC havia sinalizado que a reunião de maio seria a última com um corte de 0,50 p.p., o que colocaria a Selic em 10,25%. A expectativa era de que a intensidade dos cortes diminuísse apenas a partir de junho.

Fatores que Podem Antecipar a Redução

No entanto, dois fatores centrais podem antecipar essa redução. Primeiro, a equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode promover uma mudança na meta fiscal.

Segundo, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, pode manter os juros no intervalo de 5,25% a 5,50% pela sexta vez consecutiva.

Incertezas e Justificativas das Projeções

As instituições financeiras que preveem a diminuição no ritmo dos cortes na Selic a partir de 8 de maio destacam as incertezas tanto no cenário nacional quanto internacional como fundamentais para essa estimativa.

Além disso, mencionam os discursos recentes do Banco Central como justificativa para essa projeção. O presidente da autoridade, Roberto Campos Neto, tem expressado críticas em relação à mudança na meta fiscal proposta pelo governo.

“As perspectivas de inflação estão mais desafiadoras devido a razões internacionais e locais. Assim, parece razoável esperar uma condução mais gradual da flexibilização monetária”, diz um relatório da XP.

Alterações na Meta Fiscal e suas Implicações

A equipe econômica do presidente Lula inicialmente propôs um superavit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Contudo, posteriormente, alterou para um déficit zero no mesmo período, mantendo o mesmo objetivo para 2024.

Essa mudança prática representa um adiamento de um resultado que seria mais favorável para o equilíbrio das contas públicas.