Com a decisão da esquerda em realizar atos contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) de forma presencial, mesmo defendendo o isolamento social, o ex-candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), saiu em defesa dos protestos e disse que deixaram a marca de que “não dá para esperar até 2022 passivamente”.

Boulos afirma que não há como comparar as manifestações que são favoráveis ao presidente com as que são contrárias. Segundo ele, Bolsonaro promove “desfiles da morte”, onde ele está sem máscara e “90% dos seus apoiadores” não usam o acessório também.

“Parece até que existe um constrangimento para quem usa máscara lá”, afirma o psolista.

Ainda de acordo com o político, nas manifestações pró-Bolsonaro são feitos atos em que se “desestimula as medidas contra a pandemia e se exalta a cloroquina”.

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Para Boulos, a comparação com os atos contrários ao governo federal não são razoáveis porque nos protestos, “as pessoas estavam de máscara” e foi feito um incentivo para que os grupos de risco que não estivessem vacinados não comparecessem.

“Há um esforço das organizações inclusive dizendo  a quem for do grupo de risco, não ir às manifestações caso não esteja vacinado. Um esforço de durante a manifestação estimular o isolamento. Equipes de saúde voluntárias distribuindo álcool gel. Teve distribuição de máscaras PFF2, que são as que protegem mais”, diz.

Questionado sobre as aglomerações registradas no ato da Avenida Paulista, em 29 de maio, Boulos disse que haviam mais de “100 mil pessoas” na manifestação e que havia carro de som orientando e pedindo o distanciamento. “Acompanhei o esforço deliberado de perto”, afirmou.

Impeachment de Bolsonaro 

Boulos diz que há tempo hábil para um impeachment antes das eleições de 2022. Para Boulos, o presidente não cometeu erros e sim “crimes” e o maior deles foi o de “rejeitar as vacinas”.

“Bolsonaro não apresenta saída para a crise econômica. Bolsonaro não apresenta saída para a pandemia. O Brasil está jogado à própria sorte, em um desgoverno. Isso cria um ambiente em que as pessoas querem a saída do Bolsonaro”, disse.

No entanto, o psolista admite que “não é um jogo fácil”.

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“Depende de um deslocamento do centrão. Hoje a balança do governo Bolsonaro é o centrão. Logo o Bolsonaro que diz que acabaria com tudo que está aí. Agora o centrão não tem fidelidade ao Bolsonaro. Ele faz o cálculo, inclusive eleitoral, para 2022. Se perceberem que sair na foto com ele, pode trazer prejuízos eleitorais, isso pode virar o jogo”.

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