Mugangas e caras e bocas não são sinais de loucura. Tem muita gente convivendo com perversos e neuróticos pensando que esses são loucos, mas não são. A loucura é investigada desde o surgimento da humanidade e era comum ser confundida como problemas espirituais, pois na idade antiga, a crendice, superstições e as multiplicações de deuses reinavam entre a população.

A confusão era generalizada, pois o padecimento humano era atribuído aos castigos dos deuses. Surge então uma metodologia chamada trepanação, que consistia em abrir pequenos orifícios no crânio para chegar até o cérebro. Acreditava-se na libertação do espírito usando essa técnica.

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Desde o surgimento da humanidade, há alguns séculos, até a idade contemporânea, existe uma nuvem impedindo a penetração da luz para esse tema. A ciência ainda caminha lentamente para novas descobertas sobre essa “caixa misteriosa” que é o cérebro.

A psiquiatria excluiu outras possibilidades, inclusive aborta quaisquer possiblidades das manifestações espirituais, analisando como alucinação e delírio vinculando à esquizofrenia, o chamado “doido” (termo pejorativo) que tenta universalizar alguém fora do padrão. As três principais características que devem se observar para identificar os sintomas da esquizofrenia são:

• Delírio: pensamentos e percepção desorganizados;
• Paranoia: mania de perseguição;
• Alucinação: ver, escutar e sentir o que não existe.

A manifestação dos sintomas da esquizofrenia surge no final da adolescência e reaparece entre os 25 a 30 anos. Entre casos estudados, nunca percebi loucura iniciando-se na velhice.

Analisando de forma popular, a presença do “doido” é percebida pelo exagero, pela fantasia e a perda de vínculo com a realidade. Muita gente confunde os neuróticos e psicopatas com loucos, eles não são psicóticos.

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Contudo, cientificamente é necessário, para classificar ou diagnosticar a esquizofrenia, a presença de um profissional especializado, pois existem critérios que devem ser incluídos nessa avaliação. Nas minhas pesquisas, faço a separação, pois tenho recebido no meu consultório pessoas com diagnostico e tomando drogas para tal, sem esse paciente ter os requisitos mínimos da loucura.

Na era das redes sociais e da internet, onde se rotulam todos, é daninho incluir a régua no dia a dia, medir as pessoas por alguns comportamentos é uma atitude errônea, pois muitos que assim procedem, padecem de algum transtorno psíquico.

Nessa agonia que a população habita, está acostumando o cérebro a ser ansioso, onde a expectativa supera a realidade e o mundo virtual é idealizado e super valorizado, produz vários tipos de personagens que habitam entre nós.

O nosso cérebro copia com as repetições e se adequa a essa nova realidade, contudo, essa transformação biológica é longínqua, então adentro nessa discussão: a psique, que não mensura o tempo e não trabalha com o passado. Seguindo esse raciocínio é necessário existir um freio social e cultural ou uma sincronização entre a civilização e o humano.

Ao longo dos séculos e milênios algumas espécies sumiram, foram extintas. É para isso que serve a civilização? No início da civilização, buscavam vários deuses e, hoje, querem sepultar ou ignorar Deus, o criador de tudo. Pode ser uma visão míope, pois Deus está além daquilo que enxergamos e conhecemos.

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Querem atribuir o aparecimento do universo e tudo que há nele as respostas das pesquisas científicas.
Não seríamos todos fantasiosos? Até onde estamos certos? As pessoas por mais céticas, ateias, religiosas, intelectuais ou não, já se questionaram em algum momento se estavam certas ou erradas, se confundiram e se perguntam sobre a realidade.

Hoje, posso afirmar que todos vivemos entre a realidade e o real, e quem não fantasia vive numa profunda neurose. Antes de chamar alguém de “doido” se observe e olhe no espelho várias vezes, pois quem vive debaixo da métrica dos padrões sociais não é bom da cabeça.