O ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo de Mello Araújo é o pré-candidato a vice na chapa de Ricardo Nunes, que tentará a reeleição em outubro.

Acostumado a lidar com armas, o coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo bem que poderia atribuir a escolha de seu nome a “um tiro que saiu pela culatra”.

Mello Araújo recorda que estava em uma entrevista quando um repórter lhe perguntou em quem pretendia votar para presidente: “Respondi que votaria no Bolsonaro”.

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O coronel está convencido de que o repórter pretendia criar um constrangimento entre ele e o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que também disputou o pleito em 2018.

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Não deu certo. À época, Mello Araújo era o comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e diz que ficou quase paralisado quando, algum tempo depois, o próprio Bolsonaro, já presidente da República, apareceu no quartel para lhe fazer uma visita.

Desse primeiro encontro acabou surgindo uma amizade e relação de confiança que se fortaleceu e estreitou com o passar dos anos.

Em 2020, Bolsonaro convidou o amigo para ser diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em São Paulo, o maior entreposto de alimentos da América do Sul. E para que ninguém tivesse dúvidas sobre a titularidade da indicação, gravou um vídeo em que dizia:

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A gestão do coronel Ricardo de Mello Araújo à frente do Ceagesp foi marcada pela militarização da empresa pública e por confrontos com o Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast).

O ex-comandante da Rota preencheu a maioria dos cargos comissionados com policiais militares aposentados. Também instalou um clube de tiro na sede da companhia, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital.

Mello Araújo tentou expulsar o Sindbast do Ceagesp, mas foi impedido pela Justiça. A direção da entidade acusa o coronel de ter invadido o sindicato com seguranças armados após a decisão judicial.

Em nota divulgada à época, o Sindbast afirmou que os funcionários e os diretores da entidade de classes foram intimidados pelos homens armados que acompanhavam o coronel Mello Araújo.

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