A funcionária da Riachuelo acusada de preconceito contra o filho autista de uma cliente, se pronunciou nas redes sociais, nessa sexta-feira, 17 de novembro, dizendo ter sido injustiçada e que o termo “bomba”, usado por ela, não foi direcionado à mulher ou à criança.

O caso aconteceu no Boulevard Shopping, em Feira de Santana, na Bahia, na noite da quinta-feira (16) e viralizou na web após a mãe da criança afirmar que foi direcionada por outra funcionária para ser atendida pela ex-caixa, que estaria livre, e teria pedido para a colega “não passar essas bombas para ela”.

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Agora desempregada, a mulher publicou um vídeo onde disse que o termo “bomba” trata-se de um código interno entre os funcionários para se referir ao atendimento com um cartão que não é o da loja, o que seria um ponto negativo, dificultando “bater a meta”.

“Bombas, lá na Riachuelo a gente quer dizer cartão de terceiros. A gente não está se referindo ao cliente, a gente não está se referindo a ninguém. A gente está se referindo a cartão, porque lá dentro da empresa, todas as Riachuelos trabalham com metas. Se a gente passa um cartão Riachuelo a gente fica dentro da meta. Se você passa um cartão de terceiro, que não seja da loja, sua P.A. cai. E, por Tatiana trazer essa cliente pra mim com cartão de terceiro, eu achava que ela estava querendo passar o terceiro para mim e ficar com a P.A. E eu, por isso, interroguei a Tati, por que você está passando essa cliente pra mim? Em nenhum momento eu referi que a cliente era uma bomba, que a criança dela era uma bomba. Até porque eu não sabia que a cliente dela, a criança dela, tinha problema de autismo”, declarou.

Ela ainda disse que a colega de trabalho não lhe explicou o motivo de ter direcionado a cliente, com o cartão “de terceiros”, o que gerou o mal entendido.

“Eu sou operadora de caixa lá há mais de um ano. A situação ocorreu porque uma colega minha do trabalho, Tati, passou essa cliente preferencial para mim lá na ponta, sendo que ela não me explicou o que estava acontecendo com a cliente. Ela simplesmente jogou no meu caixa para eu passar. E eu perguntei, Tati, por que você está passando essa cliente para mim? E ela simplesmente me deu as costas e saiu. Até então eu atendi a mãe e a criança super bem e em nenhum momento eu destratei ela. Quando ela saiu do meu caixa eu virei para Tati. E eu falei, Tati, não traga mais essas bombas”, contou a operadora.

Emocionada, a ex-funcionária diz estar passando necessidades com a família após ter sido demitida devido ao ocorrido.

“Eu vim por meio deste vídeo pedir para você, mãe, pra você pensar e ver a situação que você está fazendo comigo. Você sabe que eu não falei nada com você, nem com seu filho. Você sabe que eu te atendi muito bem no caixa. Eu fui prejudicada. Fui demitida injustamente. Tenho duas filhas, estou passando dificuldade. Meu esposo está desempregado. Eu estou sendo acusada injustamente por algo que eu que não cometi, que não falei”, concluiu.

Assista:

Entenda o caso

Uma mãe denunciou que seu filho, que é uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi vítima de preconceito. A denuncia seria contra uma funcionária da loja riachuelo, na cidade de Feira de Santana.

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O ocorrido foi na Riachuelo do Boulevard Shopping. Enquanto aguardava na fila para efetuar o pagamento, a mulher apresentou a Carteira Nacional de Identificação da Pessoa com TEA, que dá direito à prioridade no atendimento. No momento, a mãe que estava esperando em um caixa, foi direcionada para outro.

Após finalizar o atendimento da mãe, a colaboradora teria falado para a colega de trabalho: “Não me passe mais esses atendimentos bombas”.

No momento, a mãe pede para que uma terceira pessoa grave.

“Meu filho não é bomba, não gostei e exijo respeito, eu sou mãe e ninguém aqui está livre de ter um filho com deficiência. Eu não aceito. Já é difícil a luta de uma mãe”, desabafou.

É possível ver no vídeo outros clientes na loja aplaudindo o posicionamento da mãe.

Nota da Riachuelo

A Riachuelo por meio de nota, lamentou o ocorrido, afirmou que o comportamento, do que agora chama de “ex-funcionária”, não está nos padrões e com os valores defendidos pela empresa.

“Nós da riachuelo lamentamos o ocorrido em nossa loja em Feira de Santana e pedimos desculpas.
O comportamento da ex-colaborará no atendimento não condiz com os valores defendidos e praticados por nós da Riachuelo.”

“A empresa hoje conta com ciclos obrigatórios e periódicos de treinamento ao atendimento ao cliente, sempre em evolução e atualização, e reforçando acima de tudo que o respeito a todos é inegociável. A partir desse caso, e em busca de que situações como essa não voltem a ocorrer, já está em implantação uma nova rodada extraordinária de treinamentos e capacitação da nossa força de vendas.”