Na quarta-feira, 5 de junho, o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que demitirá mais 50 mil funcionários públicos. Ele reiterou seu compromisso com o plano de ajuste das contas do Estado e afirmou que vetará qualquer modificação legislativa que ameace o equilíbrio fiscal.
“Ao contrário de outros que, com ajustes de meio ponto, acabaram voando pelos ares, nós fizemos o ajuste de sete pontos, estamos aqui de pé e continuaremos a lutar”, disse Milei em discurso no 10° Fórum Empresarial Latino-Americano (Latam Economic Forum), realizado em Buenos Aires.
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O líder do país explicou que a redução do déficit em sete pontos do Produto Interno Bruto (PIB) argentino foi realizada para promover a “ordem” nas finanças públicas e destacou seu compromisso em não permitir que ela seja comprometida.
Isso ocorreu após a aprovação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (4), enquanto aguarda o desenrolar dos acontecimentos no Senado.
“Toda vez que os degenerados fiscais da política quiserem romper o equilíbrio fiscal, eu vou vetar tudo, não estou nem aí”, advertiu.
Milei defendeu a redução do número de ministérios e a demissão de funcionários públicos como parte de sua proposta de austeridade fiscal, porém seu governo rejeitou a medida devido à mobilização dos maiores sindicatos do país.
“Sabíamos que o programa geraria tensão social. Cortar pela metade o número de ministérios não foi gratuito. Demitimos pessoas e vamos acabar demitindo 75 mil, e tiramos 25 mil. Eliminamos as transferências discricionárias, as obras públicas e eliminamos os contratos”, enfatizou o presidente argentino.
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Na esfera econômica, Milei antecipou que, ao término do seu primeiro ano de mandato, a Argentina alcançará resultados primários e financeiros favoráveis.
No entanto, ele enfatizou a necessidade de eliminar os passivos remunerados do Banco Central e as opções de venda, a fim de romper com a armadilha imposta pela taxa de câmbio.
“Estamos trabalhando para resolver esse problema, quando resolvermos, tchau, taxa de câmbio! Mas a primeira coisa que tinha de ser feita era limpar o mercado de câmbio. A opção de liberar não estava nos planos, porque com os problemas de “estoque” que tínhamos, era o caminho para a hiperinflação”, explicou.
Perante uma audiência composta por economistas, empresários e investidores, o presidente argentino solicitou que não se sobrecarregue o uso da inteligência artificial (IA) com excesso de regulamentações, observando que outros países a utilizam e que, segundo ele, isso resulta em “retornos” e “crescimento”.
“A área que está crescendo menos é a Europa, porque está cheia de regulamentações. Nos Estados Unidos, eles têm medo da IA. Queremos que a Argentina seja o quarto polo, porque temos muita terra e um clima frio. Se gerarmos as instituições certas, ou tudo o que ainda está pendente, em 40 anos as condições estarão prontas para ser a principal potência mundial”, completou.
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