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A 3º Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca, por meio da tramitação de um inquérito civil, vem analisando as causas e responsabilidades pelos vazamentos de esgoto e de fossas sanitárias que ocorrem na vila de Porto de Galinhas.

Assim, após apurar a existência na vila de unidades habitacionais que não estão ligadas regularmente à rede coletora de esgoto nem apresentam solução alternativa para tratamento desses resíduos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou à prefeita e à secretária de Meio Ambiente e Controle Urbano de Ipojuca que realizem um levantamento, no prazo de seis meses, sobre a situação da destinação de esgoto sanitário de todas as unidades prediais de Porto de Galinhas, detectando cada unidade que não conta com destinação conforme a lei.

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De acordo com a recomendação, firmada pela promotora de Justiça Maria Amorim de Oliveira, o lançamento desses efluentes domésticos, sem prévio tratamento, caracteriza poluição ambiental (art. 3º, III, da Lei 6.938/81) e é uma das principais causas de poluição de nossos mananciais hídricos. Toda edificação permanente urbana deve ser conectada às redes públicas de esgotamento sanitários disponíveis e também deve estar sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços.

Caso isso não ocorra, soluções individuais de afastamento e destinação final dos esgotos devem ser admitidas (artigo 45, §1º, da Lei 11.445/07), acrescentou a promotora.

Por sua vez, é competência do município a realização do saneamento básico, a proteção do meio ambiente, o combate à poluição em qualquer de suas formas, a organização e prestação dos serviços públicos de interesse local e a promoção do adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (artigos 23, incisos VI e IX, e 30, incisos V e VIII, da Constituição Federal).

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Assim, além do levantamento, o MPPE recomendou às gestoras de Ipojuca que, nos locais não servidos por rede coletora de esgotos, exijam a construção de fossas sépticas, filtros e sumidouros e/ou disposição de efluente tratado no sistema de drenagem de águas pluviais (mediante prévia análise do órgão ambiental competente), todos em conformidade com a legislação pertinente e normas técnicas aplicáveis.

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Tanto a prefeita como a secretária devem também, no exercício de seu poder de polícia, fiscalizar a manutenção periódica dos sistemas individuais de tratamento de esgoto, realizando vistorias, promovendo notificações, lavrando autos de infração e aplicando todas as sanções administrativas cabíveis para compelir os responsáveis pelo despejo irregular, adequando suas instalações à legislação e normas técnicas em vigor.

O MPPE recomendou também que seja encaminhado à Câmara de Vereadores um projeto de lei que preveja penalidades e outras medidas coercitivas para o descumprimento da obrigatoriedade dos imóveis de se ligarem às redes coletoras de esgoto ou, na sua inexistência, manterem solução individual de tratamento de esgoto sanitário.

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Outro ponto da recomendação diz respeito à autorização do início da utilização efetiva de construções ou edificações (“habite-se” ou “licença de instalação”) que deverão ocorrer somente mediante vistorias in loco devidamente documentadas, realizadas no curso da execução das obras, demonstrando regular instalação e funcionamento de destinação de esgoto sanitário, em conformidade com a legislação e normas técnicas em vigor.

O MPPE recomendou ainda às gestoras que auxiliem e incentivem famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou baixa renda (definidas por órgão municipal competente) à instalação adequada dos sistemas individuais de tratamento de esgoto (fossa séptica, filtro e sumidouro).

Finalmente, à Compesa, o MPPE recomendou que a Companhia aumente, com urgência, a capacidade de atendimento da rede de esgoto em Porto de Galinhas.

O MPPE fixou um prazo de 15 dias para que a Prefeitura de Ipojuca informe o acatamento ou não da recomendação, que foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do MPPE da quarta-feira (24).

Nota à imprensa

A Prefeitura do Ipojuca recebeu na última terça-feira (23/02) uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) referente ao saneamento de Porto de Galinhas e, no prazo concedido pelo próprio MPPE, 15 dias, se pronunciará.

A gestão municipal criou um grupo de trabalho multissetorial com sua equipe técnica, uma vez que o assunto requer atuação de diversas secretarias. Apesar da Compesa ter declarado que a previsão para o início das obras só seria 2022, a prefeita Célia Sales esteve ontem em Brasília para buscar alternativas para solucionar o problema junto com o Ministério do Turismo e do Meio Ambiente.

Da redação do Portal com informações do MPPE