Um estudo realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em colaboração com o IBGE, revela uma situação preocupante em Pernambuco e vários de seus municípios. De acordo com o estudo, o estado figura como o quinto do país com o maior número de pessoas vivendo em áreas de risco a desastres naturais.
Tanto Recife quanto Jaboatão dos Guararapes, as duas maiores cidades pernambucanas, estão entre os locais mais vulneráveis.
Jaboatão dos Guararapes ocupa a quarta posição entre os municípios com a maior população vivendo em áreas de risco de deslizamento de encostas e inundações no Brasil, enquanto Recife vem logo em seguida, na quinta posição.
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A pesquisadora da área de Vulnerabilidades do Cemaden, Silvia Saito, destaca que as mudanças climáticas, aliadas ao crescimento populacional urbano, aumentaram a urgência de investimentos tanto em medidas estruturais, como em infraestrutura, quanto em medidas não estruturais, como ações preventivas, serviços climáticos e uma colaboração integrada entre a população e os governos municipal, estadual e federal.
“O Brasil tem uma gestão de risco reativa. Primeiro espera acontecer os eventos para depois agir, quando o caminho é a prevenção. Não há mais espaço para tolerância e subestimação do risco, porque as mudanças climáticas são algo que ainda via acontecer. Eles já estão muito presentes e impõe desafios”, alerta Sílvia.
O estudo conduzido pelo Cemaden em parceria com o IBGE, iniciado em 2013, será atualizado com os dados do Censo 2022 para fornecer uma visão atualizada do risco no Brasil.
Ao longo dos últimos dez anos, as mudanças climáticas têm exacerbado a ocorrência de eventos extremos no país.
Essa pesquisa revisada irá reexaminar a posição dos estados no que diz respeito ao impacto da população diante dos desastres naturais.
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“Assusta o fato de Pernambuco e cidades do Estado surgirem entre os mais impactados pelos desastres naturais no Brasil. Por outro lado, o conhecimento do risco é importante para, a partir dele, buscar soluções. Será necessário conviver com as mudanças climáticas e os riscos que elas trazem, a partir de ações integradas, que envolvam poder público, instituições e a população. A Defesa Civil não tem pernas para fazer tudo e a população precisa se envolver”, defende a pesquisadora.