Dois jornalistas foram indiciados sob suspeita de desviar doações destinadas a famílias carentes na Bahia, movimentando aproximadamente R$ 3,4 milhões em suas contas em menos de um ano. As informações são da Folha de São Paulo.

O episódio, conhecido como “escândalo do pix“, foi investigado pela Polícia Civil da Bahia por mais de um ano e resultou no indiciamento de 12 pessoas em dezembro, incluindo os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, respectivamente repórter e editor-chefe do programa Balanço Geral da Record TV Itapoan na época.

O processo foi encaminhado ao Ministério Público estadual, que pediu mais investigações para coletar evidências.

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Ambos os jornalistas negaram envolvimento nos crimes e nas ações mencionadas no inquérito durante seus depoimentos.

Segundo investigações reportadas pela Folha, Castro teve uma movimentação de R$ 1,2 milhão, enquanto Oliveira movimentou R$ 2,2 milhões em suas contas bancárias em menos de um ano, montantes considerados desproporcionais às suas rendas.

Foi solicitado o bloqueio de cerca de R$ 500 mil dos envolvidos no inquérito, quantia próxima ao valor estimado dos fundos desviados. Essa informação foi divulgada pela revista Piauí e confirmada pela Folha.

Os jornalistas foram acusados de estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, com penas que podem variar de 8 a 21 anos de prisão.

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Entre os outros indiciados está um amigo de Oliveira, apontado como operador do esquema, e indivíduos que cederam suas chaves pix para uso no programa de televisão.

O caso começou a ser investigado após ir ao ar a história de Guilherme, um menino de um ano que enfrentava um tumor no crânio e outro no abdômen.

A sua família necessitava de aproximadamente R$ 365 mil para custear um medicamento, e o programa Balanço Geral divulgou a história junto com uma chave Pix para doações.

A campanha mobilizou a audiência, que arrecadou quase R$ 110 mil e chamou a atenção do jogador Anderson Talisca, do Al-Nassr, que propôs cobrir os custos de uma ampola do remédio, avaliada em R$ 73 mil.

Contudo, uma discrepância foi notada pelo atleta. Marcelo Castro teria fornecido uma chave Pix diferente daquela exibida na TV, segundo o delegado Charles Leão, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato Por Meio Eletrônico, a DreofCiber.

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