O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, está sob os refletores devido à sua atuação diante das supostas intenções golpistas atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A principal incerteza é sobre a quem ele deveria ter comunicado esses planos, se ao generalato ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Essa questão foi levantada por Tales Faria, colunista do portal Uol, na sexta-feira, 16 de fevereiro.

Freire Gomes justifica sua ação de ter agido junto aos seus colegas do Alto Comando para bloquear o suposto “golpe”, considerando essa abordagem mais eficiente do que levar o caso ao STF.

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Ele teria argumentado que fazer uma denúncia ao Supremo poderia desencadear uma crise institucional, o que facilitaria a suposta ruptura planejada por Bolsonaro.

Faria relembra que em dezembro de 2022 Bolsonaro teria apresentado aos líderes das Forças Armadas um esboço golpista. O então líder da Marinha, almirante Garnier, teria se mostrado inclinado a apoiar o plano, mas Freire Gomes se opôs.

Conforme o general, naquela ocasião, denunciar Bolsonaro ao STF teria sido infrutífero e poderia até mesmo piorar a situação. Ele argumenta que sua intervenção junto ao generalato foi mais eficaz para evitar a alegada tentativa de golpe.

Essa postura, entretanto, gerou descontentamento por parte do general Walter Braga Netto, que era candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Braga Netto responsabilizou Freire Gomes pelo fracasso do suposto golpe. Recentemente, em mensagens obtidas pela Polícia Federal, o general Braga Netto chamou o ex-comandante do Exército de “covarde” e sugeriu que medidas fossem tomadas contra ele.

Por sua vez, o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, defende Freire Gomes, afirmando que ele não tinha outra alternativa senão agir em conjunto com o generalato. Assim, entre o generalato e o STF, a decisão mais apropriada era consultar os colegas de farda.

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A investigação em curso pela Polícia Federal visa esclarecer se Freire Gomes agiu de maneira correta ao não denunciar Bolsonaro ao STF. A resposta a essa questão terá importantes repercussões para o caso em breve.

Da redação do Portal com Informações do site Sociedade Militar