O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), oficializou nesta sexta-feira, 21 de junho, o ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo de Mello Araújo como candidato a vice na chapa do atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição em outubro.
O policial militar é uma indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O anúncio foi feito pelo governador em uma agenda conjunta com o prefeito.
Bolsonarista, Mello Araújo ecoa o discurso do ex-presidente com ataques ao Judiciário e defesa da pauta conservadora de costumes Ele foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo Bolsonaro.
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“É uma coisa super difícil você conseguir em um número de agremiações tão grande, com visões diferentes, e a gente convergiu para o nome do Mello Araújo. Vai ser um representante nosso como pré-candidato a vice-prefeito. É um nome que agrega muita qualidade, tem uma trajetória ilibada na Polícia Militar e foi testado como gestor no Ceagesp”, disse o governador após a assinatura de aditivo do contrato para expansão da Linha 5-Lilás do metrô até o Jardim Ângela.
Nunes também participou da entrevista coletiva, mas deixou para Tarcísio confirmar o vice. Segundo o prefeito, os 12 partidos da coligação decidiram que caberia ao chefe do Executivo paulista anunciar quem seria seu companheiro de chapa.
“A minha decisão foi de ter uma decisão conjunta, onde pudesse ter a participação das principais lideranças, do ex-presidente Bolsonaro, do governador Tarcísio e dos 12 partidos que compõem nossa frente ampla como a gente viu acontecer entre outras situações”, disse o emedebista, em referência a Guilherme Boulos (PSOL), cuja vice, Marta Suplicy (PT), foi fruto de articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ideia da campanha de Nunes é explorar a gestão feita pelo coronel no Ceagesp e apresentá-lo como alguém técnico, e não político, participando inclusive da formulação do plano de governo na área de segurança pública.
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O tema é de responsabilidade do governo estadual, mas tem aparecido entre as prioridades do eleitor paulistano nas pesquisas eleitorais mais recentes.
A entrada de Mello Araújo na chapa explicita a aliança entre Nunes e Bolsonaro, algo que o prefeito vinha evitando por conta da alta rejeição do ex-presidente em São Paulo.
Mas pessoas com trânsito na campanha do prefeito consideram que a nacionalização já ocorreria de qualquer forma.
Também afirmam que Guilherme Boulos (PSOL), que tem apoio do presidente Lula (PT), pode cair em uma armadilha se decidir abordar a segurança pública porque parte da população é crítica à sua trajetória como coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Questionado se o radicalismo de Mello Araújo poderia atrapalhá-lo nas periferias, Nunes rebateu:
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“Se for para ser radical contra quem faz exploração sexual infantil, contra o crime organizado, é o cara que eu quero. É esse radicalismo que eu quero”, disse o prefeito.