Poderes Executivos municipais, estaduais e federal realizam ações nesta terça-feira, 2 de abril – Dia do Autismo, para ressaltarem a importância de difundir informações sobre pessoas diagnosticadas com o espectro autista.

Entretanto, gestores e gestões públicas utilizam a data, por muitas das vezes, apenas por uma simbologia que fica restrita na teoria e com pouco prática, esuqecendo o real objetivo do Dia do Autismo.

Isso porque em muitas cidades não possuem serviços de qualidades, ou até mesmo não possuem o serviço, para serem prestados às pessoas neurodivergentes.

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Em 2023, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) realizou uma pesquisa onde foi revelado um déficit em municípios pernambucanos que não têm profissionais com formação para atender autistas.

Os dados da pesquisa apontaram que 37% das 184 cidades pernambucanas (68 municípios) não possuem ao menos um profissional de saúde apto ao diagnóstico do transtorno, em sua rede de atendimento pública.

O mesmo vale para terapeutas ocupacionais, onde somente 39 municípios contam com ao menos um em seu quadro de profissionais de saúde.

Em relação à capacitação, dos 846 profissionais que atendem usuários com TEA em Pernambuco, apenas 10% (82) possuem formação para essa finalidade.

Ainda, segundo o levantamento, 159 municípios (86%) informaram não ter realizado qualquer capacitação relacionada ao TEA aos seus profissionais, nos últimos três anos. A fila de espera para consulta com esses especialistas, hoje, é de cerca de 10 mil pessoas com indícios do transtorno, em 102 dos municípios do Estado.

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Além disso, apenas 36,8% das localidades avaliadas realizam o atendimento em unidades de saúde especializadas e 30% (55) em unidades básicas de saúde (UBS), enquanto somente seis fazem atendimento em unidades exclusivas para pessoas autistas.