O Clube Militar, de reservistas das Forças Armadas, fará um almoço para relembrar os 60 anos do Movimento Democrático de 31 de março de 1964.
Neste ano, em que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que não sejam feitos atos para “remoer o passado”, o clube manterá a tradição e o general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa será o orador no almoço.
“Vou dizer aquilo que foi proibido de se falar e que não pode ser dito em mais de 90% dos nossos quartéis que foram silenciados”, disse Santa Rosa ao Estadão.
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O almoço acontecerá na próxima quarta-feira (27), na Sede Esportiva Lagoa do Clube Militar. O evento será por adesão e os ingressos custam R$ 95.
Segundo Santa Rosa, os atos pelos 60 anos foram proibidos, porque o governo é “inseguro” e acredita que pode esconder o que de fato aconteceu.
“É a história do Brasil e ela não pode ser apagada pela vontade de alguns. É arrogância de quem quer apagar o passado. Não se pode esconder o que aconteceu na realidade e substituir isso pelas narrativas que foram criadas”.
Santa Rosa foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) no governo de Jair Bolsonaro (PL).
O discurso que fará durante o almoço não será o primeiro que Santa Rosa usará para se posicionar contra atitudes dos governantes eleitos.
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No segundo governo de Lula, ele criticou duramente a ideia de instaurar uma Comissão da Verdade.
Além de ter “caráter representativo, assistencial, social, cultural, esportivo e recreativo”, o Clube Militar se apresenta em seu próprio site como “um fórum de discussão dos grandes temas nacionais, buscando soluções para os problemas brasileiros por meio de conferências, comissões, painéis, pareceres e campanhas.” Atualmente, a entidade é presidida pelo general Sérgio Tavares Carneiro.
Estadão Conteúdo