Ronnie Lessa, ex-policial militar do Rio de Janeiro, detalhou em uma delação à Polícia Federal que o acordo com os irmãos Brazão estava avaliado em aproximadamente US$ 10 milhões. Lessa é acusado de ser o responsável pelos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
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Segundo as alegações de Lessa, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), estiveram envolvidos na oferta de loteamento no bairro de Jacarepaguá, localizado na zona oeste da cidade.
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“Não é uma empreitada para você chegar ali, matar uma pessoa e ganhar um dinheirinho. Não”, disse Lessa aos policiais.
No domingo, 26 de maio, o Fantástico divulgou o vídeo da delação premiada feita pelo ex-policial militar Ronnie Lessa. Segundo Lessa, Chiquinho e Domingos Brazão seriam os mandantes do assassinato de Marielle Franco.
Ele também afirmou que os irmãos Brazão teriam oferecido a ele e a Edmilson da Silva de Oliveira, conhecido como Macalé, um terreno ilegal na zona oeste do Rio de Janeiro, que poderia valer milhões de reais no futuro.
“Era muito dinheiro envolvido. Na época ele falou em R$ 100 milhões, que realmente, as contas batem. R$ 100 milhões o lucro dos dois loteamentos. São 500 lotes de cada lado”, enfatizou Lessa.
“Ninguém recebe uma proposta de US$ 10 milhões simplesmente pra matar uma pessoa. Uma coisa assim impactante”, completou.
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Em 2021, o policial militar Edmilson da Silva de Oliveira foi assassinado a tiros em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde ele e Ronnie Lessa, posteriormente preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, haviam trabalhado juntos.
Lessa, atualmente detido, foi implicado pela Polícia Federal como o autor dos disparos que ceifaram as vidas de Marielle Franco e Anderson Gomes em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.
Ele também apontou Domingos e Chiquinho como os mentores intelectuais do crime, ambos também detidos. Chiquinho, que é deputado federal, está sob o risco de cassação de seu mandato, enfrentando um processo na Câmara dos Deputados.
Lessa também mencionou o ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa como suposto arquiteto por trás do planejamento do assassinato de Marielle Franco
No entanto, a defesa de Chiquinho Brazão nega veementemente as alegações feitas por Lessa, classificando sua delação como fantasiosa.
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“Não há uma única linha no processo que confirme essa delação. Tudo não passa de uma narrativa que será desconstruída”, defendeu o advogado Cleber Lopes.