O ataque ao ônibus do Fortaleza, que aconteceu após o jogo contra o Sport pela Copa do Nordeste, não é um caso isolado quando trata-se de violência no futebol.
Há anos, amantes, ou não, de futebol vêm acompanhando cenas lamentáveis envolvendo supostos “torcedores” e atletas que praticam o esporte.
E, algo que se tem tornado “comum” é a falta de alguma punição, ou condenação, severa aos autores que cometeram estes crimes.
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Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, ao desembarcar em Fortaleza após o atentando cometido contra equipe, falou sobre o aumento de casos em que facções criminosas atacam a delegação de um time específico.
“As autoridades precisam ter ciência e tratar essa situação com o devido rigor. Já aconteceu com o Bahia, Internacional, Fluminense… Já fizeram com dirigentes. Começa com esse “Ou joga por amor, ou joga por terror”, que se permite isso. É quando a gente perde um jogo e tem 300 pessoas no aeroporto para bater em nós, para xingar. Por que o profissional do futebol pode passar por isso? Esses ataques têm que ser simbólicos para combater isso. Meu celular está lotado de mensagens de jogadores, ex-jogadores, dirigentes, torcedores, todos revoltados com o que aconteceu”, apontou o dirigente.
Levando em consideração esta pauta, a reportagem do Portal de Prefeitura realizou um levantamento para relembrar casos em que os ônibus e jogadores de clubes brasileiros foram atacados e quais foram as punições de cada cenário.
Ataque ao ônibus do Bahia: principal vítima recebeu 20 pontos
No caminho para a Arena Fonte Nova, o ônibus do Bahia, que estava levando os atletas para disputarem uma partida contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste, foi atacado por membros de uma facção organizada que jogou pedras e um artefato explosivo contra o veículo.
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O caso aconteceu no dia 24 de fevereiro de 2022. Entre as vítimas, estava o goleiro Danilo Fernandes, cujo foi o que ficou mais ferido.
O arqueiro recebeu 20 pontos entre orelha, rosto e perna em função das múltiplas lesões no corpo.
Sobra a punição, quatro homens foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia por tentativas de homícidio em setembro de 2022, mas ninguém foi preso.
Grêmio x Internacional: jogador teve traumatismo craniano
No dia 26 de fevereiro de 2022, dois depois o ataque ao ônibus do Bahia, a delegação do Grêmio foi alvo de um atentado.
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A caminho do clássico contra o Internacional, o ônibus do Tricolor foi alvejado por pedras e barras de ferro.
No ataque, três jogadores ficaram feridos: Villasanti, Victor Bobsin e Thiago Santos.
Villasanti foi o único que precisou ser levado ao Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha, cujo teve uma concussão cerebral e traumatismo craniano.
Sobre a punição, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) denunciou o Internacional por conta do ataque ao ônibus do Grêmio no clássico pelo Estadual.
O Internacional foi punido com uma multa de R$ 150 mil, sendo R$ 100 mil por conta da agressão e mais R$ 50 mil por conta da confusão dentro do estádio, onde foram arremessadas cadeiras no gramado.
Botafogo x Fluminense (Série A)
Antes do clássico entre Botafogo x Fluminense, pela Série A de 2022, o ônibus do Fluminense foi atacado na chegada ao Estádio Nilton Santos.
Criminosos jogaram contra a delegação pedras. Na ocasião, nenhum jogador saiu ferido.
Sobre a punição, ninguém foi punido.
“Torcedores” do Fluminense atacam ônibus do Botafogo
Indo para o aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, a delegação do Glorioso foi alvo de uma facção organizada ligada ao Fluminense.
Na ocasião, atletas iriam embarcar para a Argentina, onde enfretariam o Defensa y Justicia pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
Durante o destino, o ônibus foi atacado a pedradas. Nenhum dos jogadores que estavam presentes sofreram algum ferimento.
Sobre a punição, ninguém foi responsabilizado ou punido até a publicação dessa reportagem.