Indicado pelo presidente Lula (PT), o nome do senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi aprovado, por unanimidade, nesta quinta-feira, 26 de janeiro, pelo Conselho de Administração da Petrobrás para a presidência da estatal.

Seu antecessor, Caio Paes de Andrade, indicado por Jair Bolsonaro (PL), havia renunciado, sendo substituído provisoriamente por um diretor.

Com a aprovação no Conselho, Prates assume a presidência da Petrobrás interinamente, pois o nome dele ainda terá de ser aprovado por uma assembleia de acionistas, o que deve acontecer somente em abril.

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Para assumir o cargo, Prates renunciou, também, nesta quinta, ao mandato de senador.

O próximo passo do governo Lula será providenciar a alteração do Conselho de Administração, que hoje ainda está nas mãos de bolsonaristas, para, enfim, trocar a estratégia que rege a política de preços da empresa.

Entidade de petroleiros concorda com nome de Prates A Federação Única de Petroleiros (FUP) avalizou a escolha para a presidência da Petrobrás. “A aprovação de Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás representa o início de uma nova era em direção ao crescimento e à retomada do papel da empresa como indutora do desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar.

O dirigente destacou que Prates, dono de vasta experiência nas áreas de petróleo e gás e de energia renovável e meio ambiente, vem participando das lutas em defesa da Petrobrás, além de ter uma visão crítica sobre o Preço de Paridade de Importação (PPI), implementado no governo de Michel Temer, em outubro de 2016.

O PPI vincula o preço dos combustíveis à variação do dólar, ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e aos custos de importação dos derivados.

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Bacelar, que, ao lado de Prates, integrou o grupo de trabalho de transição de Minas e Energia, acredita que a escolha do novo presidente da Petrobrás é “mais uma demonstração do compromisso do governo com o povo brasileiro e a soberania nacional”.

Como senador, Prates presidiou a presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás (que reúne mais de 200 deputados e 40 senadores) e teve papel de destaque, como relator, em projeto de lei que busca a criação de mecanismos para minimizar os reajustes de preços dos combustíveis.

A proposta, que teve contribuições da FUP, antes de ser aprovada no Senado, com emendas, no início de 2023, tramita na Câmara.

Novo presidente da Petrobrás sempre atuou na área de energia Jean Paul Prates tem 54 anos e se formou em Direito, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), e em Economia, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), também do Rio. Nos Estados Unidos, fez mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental, pela Universidade da Pensilvânia. Concluiu seu segundo mestrado, na França, em Economia de Petróleo, Gás e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.

Ao longo da carreira, o carioca, que se transferiu para o Rio Grande do Norte, sempre atuou na área de energia, tanto no setor público quanto no privado. Mudou-se para Natal em 2005, foi secretário de estado nessa área e, como Fátima Bezerra (PT) foi eleita governadora, ele, que era seu suplente, assumiu a cadeira no Senado.

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