Após um discurso de posse interpretado no meio político como um recado a Bolsonaro, em que se fala sobre o papel de oposição, o Governador Reeleito em Pernambuco,  Paulo Câmara (PSB), afirmou que vai solicitar oficialmente nesta segunda-feira (7), uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

“Vou pedir ainda hoje uma audiência com o presidente da República para discutir Pernambuco. Quero ter condições de ainda no mês de janeiro mostrar o que a gente precisa e em que Pernambuco pode contribuir com o governo federal”. A declaração foi feita durante uma entrevista do socialista, exibida na TV Globo.

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Paulo foi reeleito com o apoio do PT de Lula e Fernando Haddad, no Nordeste, os petistas elegeram aliados em todos os estados, além de ser vice-presidente nacional  do PSB, partido de oposição a Bolsonaro. Diante dessa relação atual com Bolsonaro, Paulo argumenta que “a eleição passou, acabou”.

Ele pregou uma relação institucional com o presidente. “Vou buscar, como governador, conversar com o governo federal, mostrar nossos projetos e a importância de terminar obras como a Adutora do Agreste e de começar outras, como as adutoras que vão levar água para o Sertão. Mostrar a importância de ter um olhar especial para a região Nordeste, que foi a mais afetada por essa crise”, afirmou. “Vamos fazer isso com muita institucionalidade, muito espírito público, pé no chão, serenidade”.

Na quarta-feira (2), na posse do novo secretariado, e no sábado (5), na primeira reunião com os auxiliares, Paulo Câmara apontou a necessidade de buscar recursos em Brasília. A campanha dele no ano passado foi marcada por acusações ao então presidente, Michel Temer (MDB), de perseguir o Estado e não enviar recursos.

Paulo Câmara citou como exemplo de área em que seria necessário fazer parceria com a União, a de segurança pública, e que segundo ele, essa parceria estaria em andamento, já que o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, se reuniu com o novo ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para conversar sobre o Pacto pela Vida, programa implantado em 2007, no início da gestão de Eduardo Campos (PSB), para reduzir o número de homicídios. Nos primeiros anos do governo Paulo Câmara, houve um crescimento do índice de assassinatos no Estado, que voltou a diminuir nos últimos meses.