Na terça-feira, 26 de março, foi divulgada uma pesquisa que analisou 40 indicadores sociais em 26 capitais estaduais brasileiras, abrangendo áreas como educação, saúde, violência, assistência social, meio ambiente e direitos humanos. De acordo com os resultados, Recife foi classificada como a segunda pior capital, ficando à frente apenas de Porto Velho (RO).
O estudo “Mapa da Desigualdade entre as Capitais do Brasil”, realizado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), baseou-se no “Mapa da Desigualdade de São Paulo”, publicado há mais de uma década pelo ICS e pela Rede Nossa São Paulo.
Para elaborar um ranking geral, foram atribuídas notas de 1 a 26 para cada capital e para cada indicador (totalizando 26 cidades), sendo 26 a pontuação máxima para a melhor colocada e 1 para a última. Recife alcançou 392 pontos dos 1.040 possíveis.
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Ao somar as notas de todos os indicadores para cada município e comparar as pontuações finais, Curitiba ficou em primeiro lugar, com 677 pontos de um total possível de 1.040, enquanto Porto Velho ficou em última posição, com 373 pontos.
São Paulo foi classificada como a quinta melhor, com 594 pontos, e o Rio de Janeiro ficou em 11º lugar, com 548 pontos.
“Olhar o mapa do Brasil pontuado por suas capitais, a partir de dados e indicadores socioeconômicos, é uma forma de entender melhor por que vivemos em um dos países mais desiguais do mundo. É também ampliar o conhecimento sobre o território nacional e dar um sentido mais tangível para a distância que separa ricos e pobres, mulheres e homens, negros e não negros. É um exercício muitas vezes incômodo e sempre necessário”, diz o texto da pesquisa, em sua introdução.
“Ao levantar e comparar dados e indicadores de 26 capitais do país, esta publicação traz um recorte da desigualdade que distancia os locais menos providos de serviços e infraestrutura daqueles que oferecem condições básicas para uma vida digna e decente”, segue a apresentação.
O indicador de “população atendida por esgoto sanitário” revela uma disparidade considerável entre as capitais brasileiras. Enquanto São Paulo ostenta o melhor desempenho, atendendo 100% da população, Porto Velho fica na última posição, com apenas 5,8% de cobertura.
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No que diz respeito aos “domicílios em favelas”, Campo Grande se destaca como a capital com a menor proporção, com apenas 1,4% de seus domicílios classificados como favelas, enquanto Belém enfrenta o desafio oposto, com mais da metade (55%) de suas residências nessa condição.
Quanto à educação, Florianópolis registra a menor proporção de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (13,7%), destacando-se como a melhor capital nesse quesito, enquanto Maceió apresenta a maior taxa, atingindo 30,8%.
A idade média ao morrer reflete uma discrepância significativa entre as capitais brasileiras. Belo Horizonte e Porto Alegre lideram nesse indicador, com uma média de 72 anos, enquanto Boa Vista registra a menor idade média ao falecer, com apenas 57 anos.
Os índices de pobreza e mortalidade infantil também revelam uma variabilidade marcante entre as capitais.
Florianópolis apresenta uma taxa de pobreza de apenas 1%, contrastando com os 11% registrados em Salvador.
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Da mesma forma, a mortalidade infantil é consideravelmente mais baixa em Florianópolis, com uma taxa de 6,1 a cada mil nascidos vivos, em comparação com os alarmantes 20,373 registrados em Macapá.
Esses dados ressaltam a diversidade de realidades sociais e econômicas existentes nas diferentes capitais do Brasil, evidenciando a necessidade de políticas e intervenções específicas para enfrentar as desigualdades e promover o bem-estar de todos os cidadãos.
Confira a lista das capitais, ranking da menos desigual para a mais desigual):
- Curitiba
2. Florianópolis
3. Belo Horizonte
4. Palmas
5. São Paulo
6. Vitória
7. Cuiabá
8. Porto Alegre
9. Goiânia
10. Campo Grande
11. Rio De Janeiro
- Natal
13. Boa Vista
14. Teresina
15. Aracaju
- João Pessoa
17. Salvador
18. Macapá
19. São Luís
20. Fortaleza
21. Maceió
22. Rio Branco
23. Manaus
24. Belém
25. Recife
- Porto Velho