Javier Milei tomou a decisão política que chamou a atenção: a ausência da imprensa na tomada de posse dos nove ministros que integram o gabinete de Javier Milei. O anuncio foi feito neste domingo, 10 de dezembro.

A cerimônia foi privada, sem transmissão oficial, quebrando uma tradição fomentada desde a redemocratização do país, há quatro décadas.

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O veto surpreendeu a profissionais credenciado para cobrir a Casa Rosada. A explicação dada pelo governo seria que: a situação na Argentina é crítica e não há o que comemorar.

O redator Alejandro Alfie, especializado em temas sobre liberdade de expressão, do jornal “Clarín”, em suas redes sociais mostrou a frustração, com uma foto tirada da sala de imprensa da sede do governo, enquanto ocorria a posse dos ministros.

“Não foi possível entrar ou ver de circuito fechado. Dois tuiteiros transmitem algumas fotos e vídeos de suas contas nas redes sociais. É a privatização da comunicação pública”, afirmou.

A Associação dos Repórteres Gráficos da República Argentina publicou uma nota mostrando ser contra o veto “de forma arbitrária” de profissionais no recinto parlamentar, durante a posse de Javier Milei.

“Pela primeira vez em 40 anos não poderemos cumprir nosso trabalho.”, diz um trecho da nota.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras se mostra preocupada, afirmando que o estilo agressivo e hostil do presidente com os veículos de comunicação é motivo de alarme para o jornalismo argentino

Artur Romeu, diretor para a América Latina, num informe que precedeu a posse de Milei:

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“Tal como Trump e Bolsonaro, o novo presidente argentino utiliza uma retórica abertamente hostil ao jornalismo, retomada e amplificada nas redes sociais por seus seguidores. Esta estratégia visa a desacreditar os meios de comunicação social e os jornalistas críticos das suas políticas.”, afirmou Romeu.