Foto: Peu Ricardo/DP

Ao realizar a primeira visita ao Nordeste após quase 6 meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro(PSL) começa a dar sinais de que, realmente, faz parte de suas estratégias dar atenção especial à única região em que perdeu para os petistas durante o segundo turno de 2018. Em todos os estados nordestinos, ele fora majoritariamente derrotado e poucas bancadas ou aliados seus foram eleitos. Prevendo que houvesse desgaste de sua imagem nas regiões onde ganhou com folga elástica, um pensamento natural seria adentrar nas bases onde não possui tanta capilaridade. Dois grandes desafios entravam esta estratégia: o carinho com que o ex-presidente Lula(PT) ainda é visto nestes bolsões eleitorais e a necessidade de alinhar o discurso à prática. Não deve adiantar muita coisa apenas anunciar que dispensa atenção especial aos governadores nordestinos se não são executadas ações e parcerias no sentido de oferecer um gesto a eles, mesmo que não haja retribuição eleitoral a posteriori. A equipe presidencial, acertando os passos e imprimindo marca própria à gestão em todas as possibilidades de rivalizar com a influência lulista no Nordeste. Felizmente, o raciocínio presidencial parece ter mudado e, hoje, no Recife, Jair anunciou a liberação de 4 bilhões de reais do FNE, ajudando a desafogar a situação fiscal dos estados.

Crise – Por falar em dificuldades, o estado do Rio Grande do Norte está deixando pagamentos a realizar. Após duas gestões desastrosas, o governo estadual está completamente falido. Pernambuco e Paraíba, por sua vez, honram os compromissos somente depois de muito suor. É triste a situação em que se encontram os estados nordestinos, por ingerências de gestão combinadas à baixa arrecadação do exercício financeiro.

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Sumiço – Tido por muitos como promessa na equipe do atual governo, o astronauta Marcos Pontes havia sido cogitado até para compor a chapa presidencial em 2018, mas acabou não sendo candidato e acabou assumindo a pasta da Ciência e Tecnologia. Entretanto, após muita expectativa, aliados cobram mais ações efetivas no ministério e também a exposição do ministro, ajudando a manter a imagem do presidente Bolsonaro.

Perdeu – Esta semana, o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, acabou derrotado na Câmara e o Coaf saiu de sua pasta para o Ministério da Economia. A batalha pelo comando do Coaf já se estendia há, aproximadamente um mês.

Na mira – Devido ao desdobramento de investigações da Operação Lava Jato, foram bloqueados bilhões de reais pertencentes ao Movimento Democrático Nacional (MDB), Partido Socialista Brasileiro (PSB), do deputado federal Eduardo da Fonte(PP) e diversas outras pessoas.