Foto: Polícia Militar/ Divulgação

O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), enviou para os responsáveis pela segurança presidencial relato em que Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado ao agora Presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições em Juiz de Fora-MG. Adélio afirmou que pretender matar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-presidente Michel Temer assim que conseguir liberdade.

Segundo o juiz, Adélio disse a peritos que os dois fazem parte de uma conspiração para tomar o poder e riquezas do Brasil e entregá-las ao Fundo Monetário Internacional (FMI), à maçonaria e à máfia italiana.

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O atentado ocorreu no dia 6 de setembro de 2018, por voltas da 11 da manhã, em uma caminhada com apoiadores do então candidato Jair Bolsonaro. Enquanto estava sendo carregado nos ombros de alguns apoiadores, Adélio  deu uma facada que atingiu o abdome de Bolsonaro, fazendo o presidente sofrer uma lesão em uma importante veia abdominal, causando uma grave hemorragia.

Adélio está preso desde setembro do ano passado. Ele passou por avaliações de psiquiatras oficiais e indicados pela defesa e pela acusação.

De acordo com trechos da peça judicial, Adélio afirmou que Bolsonaro fazia
parte de uma “conspiração da maçonaria para tomar o poder e entregar as
riquezas do país ao FMI, aos maçons e à máfia italiana”.

O preso disse ainda na tentativa de justificar o seu ato que, se eleito, Bolsonaro mataria “os simpatizantes da esquerda, pobres, pretos, índios quilombolas e homossexuais para que as riquezas do Brasil ficassem apenas com os maçons” e citou uma entrevista em que Bolsonaro falava em “fuzilar petralhas” ou mandá-los para a Venezuela.

Para o juiz, as afirmações sobre matar Bolsonaro e Temer reforçam o diagnóstico de Adélio, demonstrando que ele pouco se importa com o fato de estar encarcerado e com eventuais consequências penais ou processuais de seus atos, o que faz parte de seu transtorno.

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Ainda segundo a peça judicial, as imagens do celular do autor do atentado contra Bolsonaro comprovam a relação do réu com seus delírios. Ele tinha fotos que faziam referência, o tempo todo, à maçonaria. “O réu entrelaça em sua certeza psicótica, a um só tempo, delírios  místicos religiosos, políticos-ideológicos, persecutórios e de referência para criar uma interpretação própria e totalmente distorcida da realidade”.

O juiz Bruno Savino fala em sua decisão que teve dificuldades em encontrar profissionais para atuar no incidente de insanidade, entre outros motivos porque alguns alegaram suspeição, por vínculo profissional ou filiação partidária.