O ser humano tem as suas particularidades, isso nos diferencia dos irracionais. A construção psíquica faz toda a diferença, e o lastro egóico pode direcionar o indivíduo para posições confortáveis ou não, exibe um ser fraco ou forte, sensível ou insensível.

Todos nós convivemos com o luto constantemente, até mesmo quando investimos toda nossa energia em um projeto, e esse vai a falência, então aparece o luto com os sintomas de desânimo, o choro, a indisposição para investir no mesmo projeto ou similar, então, todas as perdas, seja material ou imaterial, como ver mortes de pessoas que amamos, nos derrubam e isso é comum entre os humanos.

As tragédias que ocorrem no estado do Rio Grande do Sul ceifaram vidas de gaúchos e provocaram uma onda de destruição que impotencializou a população, destruiu a produtividade e os bens de muitos, causando sintomas psicológicos e psíquicos.

O humano, além das características biológicas e do funcionamento cerebral, que está atento tantos aos fatores e estímulos externos e internos, é dotado de empatia, intuição, compaixão, amor e sentimentos adversos.

Nesse misto de possibilidades e impossibilidades, o impacto no aparelho psíquico é devastador, manifestando-se em ocorrências e vivências traumáticas que ficam entre o cognitivo e o inconsciente perturbando a mente e jogando “impurezas” para as redes neurais.

O luto é um processo psíquico e psicológico do humano com ele mesmo, se não for elaborado vai adicionar as mazelas sentimentais e emocionais que conduzirão esses portadores a involução.

Esses fatores conduzirão essas pessoas a várias espécies de transtornos de ansiedade, depressivo, fobias, que poderão evoluir para processos traumáticos complexos. Quando o pior acontece, surgem atendimentos paliativos e introdução medicamentosa que só mascaram os sintomas.

Alerto as autoridades que esse desastre natural no Rio Grande do Sul, poderá causar mais danos a população. O luto está mais ligado à população que às ofertas, pois ocorre cotidianamente em várias escalas.

Tudo que é investido é perdido ou desprezado; todo vínculo desfeito entra no processo de luto, e daí em diante pode aprisionar a pessoa por toda a vida. Muitas pessoas fantasiam, festejam e vivem as suas vidas tentando mascarar o luto, contudo esse processo não morre com o tempo, e eles vão se intensificando lentamente, silenciosamente, e de repente surge os surtos psicóticos ou sintomas mais elevados que podem levar a pessoa a óbito.

O vírus conduzido pelo luto pode fazer a população de reféns, retirando a sua capacidade de luta. O Brasil, nesses últimos anos, produz remendo e prótese para cuidar da saúde emocional da população, seguindo o caminho clássico e não há inovação para reduzir os danos emocionais, buscam os profissionais tradicionais e as fórmulas antigas.

Enquanto isso, observamos o aumento da violência, da insatisfação, da improdutividade, da miséria e de muitos transtornos mentais.

Salve-se quem puder!