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Sigmund Freud, com a idealização do aparelho psíquico, desafiou, na sua época, a psiquiatria e a neurologia, obrigando os cientistas a buscar soluções para o sofrimento humano. Ele identificou casos de histeria que, até então, eram diagnosticados como “loucura”, apresentou a influência do inconsciente como fundamentos teóricos da psique, apontou estudos da interpretação dos sonhos e analisou as questões edipianas.

Bastava esse triângulo para emparedar a filosofia e questionar a medicina daquela época.

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As obras de Freud e dos pós-freudianos circulam entre nós, gerando contribuições para a neurociência e provocando ruídos.

A neurociência tomou para si o método de São Tomé, só acredita naquilo que vê, ou seja, nas imagens e nos seus aparelhos que valorizam e produzem a ressonância.

Nesse embate surge Elon Musk, um empresário da comunicação e da tecnologia, que explora cientistas em busca de um novo cérebro ou talvez de potencializar o que já existe, para possivelmente conectar esses à tecnologia para produção em massa e, eventualmente, criar a desejada raça pura, tão sonhada por Adolf Hitler.

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Elon Musk, se apresenta como o bom magnata ou como mercena da ciência, nesse caminho incentiva a pesquisa para os estudos do cérebro, defino como “meganeurociência”, introduzindo a neuroengenharia.

Surge então, a interação do cérebro com uma máquina, ideia trabalhada pelo brasileiro Miguel Nicolelis que, na abertura da copa do Mundo, convidou uma pessoa paraplégica para chutar a bola com a ajuda de um exoesqueleto, acoplando um computador ao cérebro do indivíduo.

Contudo, as experiências do Musk são mais audaciosas, o “deus” deste século quer implantar microchips inicialmente nos cérebros cranianos dos humanos, de antemão, para substituir as funções cerebrais.

A interface cérebro-computador (experiência perseguida pela ciência) tenta avançar com um novo know how (já tentado antes).

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Em relação aos pensamentos, o implante cerebral permite que o humano reflita e, então, o computador interpreta imediatamente.

Entendo que essa leitura realizada pelo computador é baseada nos bancos de dados que esse extraiu desse cérebro através do microchip.

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A “leitura do pensamento” é possível através da máquina, pois, com os dados armazenados nada ele criou, apenas copiou.

Nosso cérebro se tornou repetitivo e compulsivo; as ações são cotidianas. Além disso, com o implante cerebral, será possível as ações do sistema nervoso periférico se movimentar ou emitir sinais de desejos e necessidades (ação realizada pelo microchip), basta o humano pensar.

Segundo a revista Nature Human Behaviour, a fala através do pensamento já está sendo desenvolvida.

Através das minhas avaliações bibliográficas como neuropsicanalista e psico-analista, enxergo que, ao longo das décadas, nós fomos robotizados, enquadrando o cérebro às atividades repetidas e compulsivas, nos constituindo em um ser neurótico.

As funções cerebrais são captadas através da ressonâncias e neuroimagens e, daí, são constatadas as rotinas cerebrais.

Sabemos que muitas das nossas ações são involuntárias e inconscientes; basta observar as pessoas no dia a dia.

Posso afirmar que, observando essas atividades, essa leitura é compreensível para qualquer analista comportamental, e essencial para uma máquina que analisa e constrói em cima do passado: o computador.

Nessa argumentação, percebo a proximidade da extinção da raça humana. Existe a perseguição científica pela busca da imortalidade, e os avanços para encontrar as soluções para as mais variadas doenças, entre elas as neurológicas, incluindo as degenerativas.

Contudo, há uma expressão nordestina: o buraco é mais embaixo! Há experiências em laboratórios com protótipos de cérebros do tamanho de um alfinete, cujo objetivo nessas pesquisas substituir as funções comprometidas pela degeneração dos componentes cerebrais.

Seria possível conectar a tecnologia ao cérebro humano? Ou fazer substituição da parte humana e parte robótica, tornando real aquilo que a tela cinematográfica exibe? Acho isso na ordem da impossibilidade.

Seguindo os conceitos do cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, e até analisando os conceitos neurocientíficos de Antônio Damásio não comungo com as tentativas de Musk.

Nessa caminhada, não devemos descartar os velhos idealizadores do aparelho psíquico, como, Sigmund Freud e Jackson Lacan que introduziram o inconsciente e valorizaram a linguagem.

Muitas das abordagens científicas são para executar a ideia de tornar o humano robótico, iniciando com a substituição de alguns órgãos e no futuro exibir essa nova criatura.

José, Manoel, Clóvis e Maria (nomes fictícios) teriam a consciência humana, mas não o corpo nem o cérebro.

Existe experimento para a imortalidade através dos computadores, a pessoa deixaria de existir fisicamente, seria alimentado pelo computador e se relacionaria com outras pessoas, desde que existisse interação entre o “humano” e o computador.

Como teólogo e neuropsicanalista, vejo todas essas abordagens no campo do delírio e alucinação, pois a psique é única do humano e, desprovido disso, seríamos zumbis.