As primeiras cenas com Lívio (Breno da Matta) deixaram claro que a adição de um pastor no remake da novela “Renascer”, da TV Globo, não foi simplesmente uma forma de agradar cegamente aos evangélicos. Bruno Luperi, autor da novela, também inseriu um aspecto crítico ao personagem, abordando questões sensíveis para essa parte do público – uma fatia que tem crescido significativamente na população brasileira, conforme indicam os dados do último Censo realizado pelo IBGE.

O personagem destaca não apenas a adaptação das práticas religiosas às tecnologias modernas, mas também aborda temas polêmicos como a teologia da prosperidade e o envolvimento político nas comunidades evangélicas.

Já no começo da trama, Lívio se destaca pela sua afinidade com a tecnologia, contrastando com figuras tradicionais como o padre Santo, interpretado por Chico Díaz. O pastor utiliza as redes sociais e plataformas digitais para se comunicar com seus fiéis, refletindo a atual realidade onde o televangelismo evoluiu para aproveitar as novas mídias digitais.

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A trama da novela também aborda críticas sociais ao mostrar as interações de Lívio com outros personagens e sua posição frente a temas como a teologia da prosperidade, que promete benefícios materiais em troca de doações para a igreja. Essa questão é destacada na história por meio de diálogos que levantam questionamentos sobre a ética e a integridade dessa prática.

Além disso, “Renascer” aborda o surgimento de lideranças evangélicas progressistas, uma tendência crescente no cenário religioso e político brasileiro. Lívio representa essa nova onda de pensamento dentro da comunidade evangélica, defendendo causas como a reforma agrária e adotando uma postura crítica diante de injustiças sociais. Até mesmo a oferta via pix é representada na trama, refletindo a realidade da igreja brasileira.