Rubens Ometto, sócio-fundador e presidente do conselho de administração da Cosan, criticou o Governo Federal neste sábado, 8 de junho, por aumentar a arrecadação “mordendo pelas bordas” e retirando dinheiro da iniciativa privada para sustentar um Estado que “nunca diminui de tamanho, que só cresce”.
“Do jeito que está, com o governo metendo a mão, querendo taxar tudo, e com os juros desse jeito, não dá”, afirmou o empresário, ao participar pela manhã de um painel sobre os rumos do Brasil em evento organizado pelo grupo empresarial Esfera, no Guarujá, litoral paulista.
📲 Entre no nosso grupo de WhatsApp e receba as notícias do Portal de Prefeitura no seu celular
Continua após a publicidade:
O CEO da Cosan doou cerca de R$ 1 milhão para a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), em 2022.
A crítica veio em resposta à medida provisória que limita o uso de créditos de PIS/Cofins para compensar desoneração da folha.
Durante um evento ao lado dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Bruno Dantas (Tribunal de Contas da União), Ometto afirmou que o governo está “trabalhando furiosamente para aumentar receita e, assim, poder ganhar mais”.
O empresário destacou que o Governo Federal contorna as legislações aprovadas por meio de normas e regulamentações, facilitando a autuação de empresas com o apoio da Receita Federal, da Procuradoria-Geral da União e da Fazenda.
“A lei sai de um jeito e depois ele solta normas para te morder. Isso aconteceu com a mudança da regra do Carf, com a regra do aproveitamento do ágio nas aquisições, com a mudança do crédito presumido no IPI [imposto sobre produtos industrializados], com a mudança do crédito no uso dos créditos do PIS/Confins, que saiu nesta semana, e a desoneração da folha”, comentou.
Continua após a publicidade:
Ometto foi aplaudido ao afirmar que “dinheiro na mão da iniciativa privada rende muito mais para o país do que na mão do governo”.
Ao iniciar sua fala no evento promovido pela Esfera, Ometto evitou destacar apenas os aspectos positivos do Brasil, como o potencial do país, a matriz energética limpa ou o controle da hiperinflação, mencionando que a insegurança jurídica contribui para o elevado patamar de juros, aumentando o custo do dinheiro.
“Se o governo organizasse tudo isso e controlasse a questão fiscal, os juros cairiam pelos motivos certos e aí esse país voltaria a crescer, voltaria a se desenvolver. Como vimos, aliás, no governo do Lula 1.”