A Câmara de vereadores do Recife rejeitou a concessão de um título de Cidadã Recifense para professora que se define como mulher trans.

Dayanna Louise, foi indicada por requerimento do vereador Ivan Moraes (PSOL) para receber a homenagem.

Segundo regimento da Casa, é necessário uma quantidade mínima de 24 votos para aprovação desse tipo de matéria, mas houve apenas 20 aprovações, cinco contrários e 14 abstenções. Eram necessários três quintos do total de 39 vereadores da casa, o que equivale a 24 votos.

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O projeto foi apresentado no dia 11 de setembro e a votação aconteceu na segunda-feira, 11 de dezembro.

A vereadora Missionária Michele Collins (PP) que foi contra a sugestão disse que o título de cidadã, no feminino, não poderia ser dado a “um homem, do sexo masculino”, e afirmou que haveria um “erro técnico”. A fala foi levada à Comissão de Ética e Decoro da casa.

Antes da votação, a vereadora usou o plenário para se posicionar contra o projeto ao justificar que Dayanna Louise é um homem trans, e não uma mulher trans.

“O vereador Ivan Moraes está propondo que um homem, porque é do sexo masculino mas se sente mulher. É um homem trans, né? Uma pessoa LGBT. E ele [o vereador] quer que essa pessoa, que é um homem, do sexo masculino, receba o título de cidadã recifense”, afirmou a vereadora.

Ao justificar seu posicionamento contrário, a vereadora disse que iria se ater ao Regimento Interno da Câmara Municipal, e que na Comissão de Legislação e Justiça votou contra o projeto porque o título de cidadã seria para pessoas com sexo biológico feminino, independentemente do gênero, assim como o de cidadão seria para pessoas do sexo biológico masculino.

O autor da proposta, vereador Ivan foi até as redes sociais e definiu com um dia de vergonha na Casa de José Mariano.

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“Durante a discussão para a concessão do título de Cidadã do Recife para Dayanna Louise, uma mulher trans muito rocheda que fez muito pela educação na nossa cidade, tivemos uma vereadora fundamentalista que deu um show de transfobia. E ela será denunciada na Comissão de Ética da Casa, pois transfobia é crime”, afirmou

Assista o registro que o vereador fez em suas redes logo após rejeição na Câmara.