A Câmara do Recife votou, nesta terça-feira (07), o requerimento nº 12039/21 que pedia para não ter Carnaval em 2022. A proposição de autoria da vereadora Missionária Michele Collins (PP), teve 16 votos contra, cinco a favor e três abstenções.

Segundo Collins, a sua proposta está alinhada com entidades como o CREMEPE, SIMEPE, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste e outros órgãos científicos. “E é nesse sentido que fizemos esse requerimento. Estamos falando de vidas. E isso não tem preço. Pedimos que a prefeitura apresente um plano para contemplar as pessoas que vivem da renda proveniente do Carnaval. Porém, a vida em primeiro lugar”, enfatizou.

Entidades médicas pernambucanas se posicionam contra realização do Réveillon e Carnaval de 2022 

Posicionamento do  SIMEPE e CREMEPE 

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) alerta para nova onda da Covid-19 e pede que os eventos de grande porte sejam evitadas até o seguro controle da pandemia. 

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Com a aproximação do final do ano, cresce a pressão contra a realização do Carnaval de 2022 em Pernambuco, bem como de festas públicas de réveillon, ambas reesposáveis por reunir milhares de pessoas nas ruas. No Estado, entidades da área de saúde já emitiram posicionamentos no sentindo de evitar os festejos de momo e da virada de ano.

Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) alerta para nova onda da Covid-19, “que assola a África do Sul e vários países da Europa, das Américas e África”.

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“A realização de eventos com aglomerações como festas de final de ano e carnaval, devem ser evitadas até o seguro controle da pandemia, ante o risco de aumento de casos e mais mortes pela Covid 19. Destaca ainda a importância do uso de máscaras e do distanciamento seguro”, diz nota emitida pelo Cremepe no último dia 26 de novembro.

Quem também é contra os eventos de grande porte é o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), que citou percalços enfrentados pela categoria e riscos de nova onda de contágio por Covid-19.

“Os médicos de Pernambuco enfrentam, há dois anos, uma pandemia mortal e, sem hesitar, se colocam como guarda avançada nesta batalha. Contudo, precisaram superar medos, angústias isolamento de suas famílias e horas ininterruptas de trabalho árduo. Além disso, muitos precisaram superar a própria doença e alguns perderam sua vida para esse vírus que ainda está entre nós”, escreveu o Simepe em nota.

O Sindicato diz que é “imprudência” pensar em carnaval para 2022, “ainda mais neste momento em que os números da contaminação começam a arrefecer”.

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Por meio de nota oficial, a Federação Médica Brasileira (FMB) manifestou preocupação com as aglomerações de festas de final de ano e com o carnaval 2022.

“A Europa tem sido exemplo das consequências das flexibilizações, como dispensa do uso de máscaras e liberação de grandes eventos, e vive um quadro com o aumento severo de casos de contaminados. Neste momento, em que a pandemia ainda está sendo controlada, a FMB entende como desnecessárias as aglomerações. Esse é o momento do gestor público manter empenho na vacinação e na orientação para o distanciamento social e uso de máscaras. É preciso continuar seguindo às normas para que a comemoração seja completa em um futuro que logo chegará. Com paciência, responsabilidade, vacina e controle sanitário, venceremos a guerra contra o Coronavírus”.