A Polícia Federal solicitou a divulgação de informações confidenciais sobre as finanças da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A intenção é investigar um possível esquema de venda de ativos pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como joias e outros objetos valiosos que ele teria recebido durante seu mandato como chefe de Estado.

A PF está explorando a suspeita de uma rede criminosa que estaria envolvida na comercialização desses bens, que, de acordo com a legislação, deveriam estar sob a custódia da Presidência e não fazer parte do patrimônio pessoal do ex-presidente.

Recentemente, na sexta-feira (11), uma ordem emanada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduziu a Polícia Federal a realizar buscas e apreensões nos domicílios de aliados do ex-presidente.

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Entre as pessoas afetadas por essas decisões, incluem-se o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar direto; o advogado Frederick Wassef, conhecido por atuar na defesa do ex-presidente; e Osmar Crivelatti, ainda membro da equipe de assessores de Bolsonaro.

Além de Michelle Bolsonaro, a Polícia Federal também solicitou a revelação de dados financeiros e fiscais do ex-presidente.

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Comissão de Ética abre processo

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A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo para investigar a conduta de envolvidos no caso das joias recebidas da Arábia Saudita em outubro de 2021.

As peças foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e entraram no país em comitiva do Ministério de Minas e Energia que esteve no país do Oriente Médio em eventos oficiais.

Será investigada a atuação do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, do ex-secretário Especial da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes e do ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência Marcelo da Silva Vieira. A decisão de instaurar o processo ético foi tomada em reunião ordinária da comissão, na última segunda-feira, 31 de julho.

O relator será o presidente da Comissão de Ética Pública, Edson Leonardo Dalescio. De acordo com nota pública divulgada na tarde desta terça-feira (1°) pela Presidência, há indícios de conduta antiética.

No caso de Albuquerque, há “suposto desvio ético relacionado ao transporte de artigos de luxo em viagem oficial e condutas irregulares no desembarque alfandegário”.

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Já Vieira Gomes será investigado por “suposto desvio ético na utilização de órgão de controle aduaneiro com vistas à liberação dos bens” e Silva Vieira, por “suposto desvio ético na destinação das joias para o acervo privado presidencial”.

Avaliada em R$ 5,1 milhões, a caixa de joias – com colar, anel, par de brincos e relógio de diamantes – foi retida pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Os artigos estavam na mochila de um assessor do então ministro Bento Albuquerque.