Em uma publicação controversa nas redes sociais, o vereador de Arcoverde, Rodrigo Roa (Avante), falou no último domingo, 9 de julho, de seu apoio à luta de boxe de rua. O parlamentar classificou a prática amadora como algo “divertido”, ao posar em foto com uma luva de boxe.

No texto da postagem, Roa, que é médico e esposo da ex-candidata à Prefeitura de Arcoverde, Cybelle Roa (Avante), fala que o “esporte” deveria ser “assistido pela secretaria de esportes juntamente com o governo de Arcoverde”. Ele lembrou de atletas praticantes da modalidade profissional, afirmando apoiar “totalmente o box de rua”.

Veja a íntegra do que disse Roa em seu perfil do Instagram:

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“Andando neste domingo por vários locais da nossa cidade me deparei com um evento divertido numa das ruas do Sucupira, a ‘Luta de box’. Lembrei da época de infância onde o box recebia incentivo do governo para os jovens. Das ruas nasceram campeões mundiais como Mohamed Ali, Tayson, Larry Holmes. Aqui no Brasil temos como referência o Eder Jofre, Popó e o pernambucano Todo Duro. Acredito que este deveria ser um esporte que deveria ser assistido pela secretaria de esportes juntamente com o governo de Arcoverde. Observei muitas pessoas assistindo e se divertindo. Apoio totalmente a luta de box de rua, que deveria receber a vigilância e orientação da secretaria de esportes em Arcoverde”.

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Risco potencial

Especialistas alertam para a necessidade do acompanhamento profissional, ambiente próprio, além de todo um aparato médico minimamente necessário para garantir segurança a atletas treinados e em treinamento para a execução de competição.

A Confederação Brasileira de MMA (CBMMA) chama a atenção para o fato de que “no Brasil, o MMA ainda tem campeonatos clandestinos e sem estrutura médica”, como diz a ortopedista Vanessa Ribeiro de Resende, ligada a CBMMA.

De acordo com a entidade, eventos da modalidade devem contar com dois médicos especialistas  um traumatolo­­gista e um neurologista, uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Móvel, no mínimo um socorrista e kit de primeiros socorros, com itens como cilindro de oxigênio. Além disso, os lutadores devem fazer exames antes dos combates, como o de HIV e de hepatite.

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“Em esporte de contato é imprescindível a presença de UTI móvel e, pelo menos, um médico traumatologista. Além disso, as competições em academias nem deveriam ocorrer, porque é um desvio de finalidade”, diz Rudimar Fedrigo, fundador da Academia Chute Boxe, uma das mais tradicionais de Curitiba.

Minotauro

“Atleta tem de exigir um mínimo de estrutura para lutar”, diz estrela do UFC.

Bem longe da realidade de estruturas clandestinas, o carioca Rodrigo Minotauro, uma das estrelas do UFC, afirmou já ter disputado lutas sem a presença de médicos, mas disse que isso faz parte do passado e que, depois de atingir o profissionalismo, chegou a recusar combates por falta de estrutura.

“Já lutei até em Miami sem nenhuma estrutura médica. Isso aconteceu nos meus três primeiros eventos. Mas logo passei a exigir médicos e já até deixei de lutar porque [os organizadores] não disponibilizaram estrutura adequada”, afirmou ele, que em suas lutas pelo UFC, já conquistou muitas vitórias.

Segundo Minotauro, os lutadores não devem se submeter a eventos clandestinos.

“Acho que o atleta deve se valorizar, exigir a mínima condição, porque você pode ter fraturas expostas, de braço e de perna, e precisa de alguém capacitado para atender.”

Jovens viralizam praticando luta clandestina em escola de Pernambuco

Em janeiro deste ano um vídeo viralizou no Twitter trazendo uma luta de boxe entre dois alunos em uma Escola Técnica Estadual de Pernambuco. Nas imagens uma pessoa de amarelo, que aparenta ser um adulto, aparece tranquilo, encostado em uma parede. Enquanto isso, diversas crianças incentivam a competição.

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Ao longo da publicação, é possível ver as reações dos outros alunos, que também filmavam o momento. Já no final do vídeo, um dos brigões é nocauteado e cai muito próximo do meio-fio e é acudido por outras pessoas. “Lutas de boxe clandestinas em escolas? Aqui em Pernambuco temos”, legendou o perfil. Confira.

Nos comentários da publicação, muitas pessoas alertaram para o perigo da atividade. “Perto do meio-fio é perigoso para caral**. 1 cm pra baixo e esse mano aí ia de Pelé”, disse um. “A violência entre os adolescentes é linda demais”, ironizou outro. “Quem é o organizador? Tem algum site que dê para apostar?”, brincou um terceiro.

Veja:

Da redação do Portal com informações do Metrópoles