Continua após a publicidade:

O sargento reformado da Polícia Militar Erivaldo Gomes dos Santos foi condenado pelo crime de tentativa de feminicídio por atirar na ex-esposa, Renata Sérgio da Silva, em 2018.

Em júri popular realizado nesta segunda-feira, 19 de junho, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, o ex-PM foi condenado a 19 anos e dez meses de reclusão, em regime inicialmente fechado.

Continua após a publicidade:

A vítima trabalhava como manicure num salão de beleza quando foi vítima de tentativa de feminicídio. O crime aconteceu no Parnamirim, na Zona Norte do Recife.

A sessão do júri começou às 9h30 e terminou por volta das 19h30.

Sérgio e Renata ficaram juntos por 11 anos e tinham uma filha, mas, segundo a manicure, ele não aceitava o fim do relacionamento, que chegou ao fim seis meses antes do crime.

Continua após a publicidade:

O criminoso descumpriu a medida protetiva que ela tinha obtido contra ele e, depois disso, tentou matá-la. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança do salão em que Renata trabalhava na época.

Leia também:
>>>FEMINICÍDIO: homem que bateu carro em árvore para matar ex-esposa é condenado a 21 anos de prisão

À TV Globo, Renata contou que, depois do caso, não conseguiu mais arrumar emprego, já que o crime aconteceu dentro do antigo local de trabalho dela. Ela e o acusado têm uma filha juntos e, de acordo com Renata, a garota ficou traumatizada.

“O povo pergunta muito a ela ‘tua mãe é aquela que levou os tiros?’. Ele tem que fazer várias terapias e disse que não quer ele perto dela”, disse.

Após divulgada a sentença, a advogada de acusação Tatiana da Hora, disse ao g1 que está satisfeita com o veredicto.

Continua após a publicidade:

“Estamos bastante satisfeitas pela condenação dele e pela previsão do magistrado de, em caso de progressão da pena, já esteja prevista medida protetiva, com monitoramento eletrônico. Renata foi alvejada com a medida protetiva na bolsa. Ela declarou expressamente que o terror que ela tem dele, de ambientes com muita gente, de muitas situações. E a gente conseguiu que a medida protetiva já fosse registrada na sentença”, disse Tatiana da Hora.

Já o advogado de defesa do ex-policial militar, Eduardo Morais, considerou a “pena excessiva”, disse que seu cliente já está preso há 4 anos e meio e que vai recorrer da decisão do Júri Popular.

“A gente ficou extremamente estarrecido com a decisão do magistrado, pois desde o primeiro momento Erivaldo confessou que havia praticado o delito e isso deveria ter sido um atenuante. Outro ponto é que ele trabalhou e estudou enquanto esteve preso, o que também deveria ter sido considerado para a remissão de pena”, argumentou Morais, em entrevista ao g1.

O júri popular foi realizado no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, no Centro do Recife.

Continua após a publicidade:

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 27 de setembro de 2018, em um salão de beleza do Parnamirim, na Zona Norte do Recife. Erivaldo entrou no local segurando a arma na mão direita e Renata estava atrás da parede quando foi atingida por três tiros.

O PM aposentado fugiu em seguida, deixando a manicure ferida no salão de beleza.

Renata foi internada no Hospital da Restauração, no Derby, área central da cidade, e teve alta quatro dias após o crime.

Uma semana após tentar matar a ex-esposa, ele se apresentou à polícia para depor e foi liberado.

Em setembro de 2020, o governo de Pernambuco excluiu Erivaldo da polícia.

Julgamento

O júri popular começou às 9h30 e terminou por volta das 19h30.

No início, foram sorteados os sete jurados para o Conselho de Sentença, formado por três homens e quatro mulheres.

Em seguida, o juiz José Carlos Vasconcelos leu a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a vítima e única testemunha arrolada pelo MPPE, Renata Sérgio da Silva, foi ouvida.

A defesa do ex-policial militar não convocou testemunhas e, por isso, o réu Erivaldo Gomes dos Santos, foi interrogado em seguida.

O julgamento prosseguiu com a fase de debates entre a promotoria e a defesa, com 1h30 para argumentação de cada parte; seguida de réplica e tréplica.

No início da noite, o Júri Popular se reuniu para discutir e definir pela condenação ou absolvição do réu.

O juiz José Carlos Vasconcelos leu a sentença por volta das 19h30, na qual Erivaldo Gomes dos Santos foi condenado a 19 anos de 10 meses de prisão, em regime fechado.