O exército israelense informou nesta sexta-feira, 24 de maio, que recuperou o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, feito refém e morto no ataque terrorista do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro. Outros dois corpos também foram encontrados.

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Uma operação conjunta com os serviços de inteligência israelenses em Jabaliya, no norte do enclave, permitiu recuperar os corpos durante a noite.

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Além de Michel, foram encontrados os restos mortais do franco-mexicano Orión Hernández Radoux e do israelense Hanan Yablonka.

Os três foram identificados por autoridades médicas do Instituto Forense Nacional de Israel e pela polícia israelense, disseram os militares.

As famílias do israelense, Hanan Yablonka, do brasileiro, Michel Nisenbaum, e do franco-mexicano, Orion Hernandez, foram notificadas.

O exército disse que eles foram mortos no dia do ataque no cruzamento de Mefalsim e seus corpos foram levados para a Faixa de Gaza.

O anúncio foi feito menos de uma semana depois que o exército disse ter encontrado os corpos de três outros reféns israelenses mortos em 7 de outubro.

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Michel, morador da cidade israelense de Sderot, perto de Gaza, foi contatado pela última vez em 7 de outubro, quando se dirigia a uma base militar na fronteira para buscar a neta.

Ele teria sido capturado quando, ao sair de Sderot, se dirigia ao kibutz Re’im, onde uma das netas estava na casa do pai, um militar.

A menina, camuflada pelo pai com um casaco e distraída com um brinquedo durante os ataques no local, sobreviveu.

Terroristas do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e sequestraram 250 outras no ataque de 7 de outubro.

Cerca de metade desses reféns foram libertados desde então, a maioria em trocas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel durante um cessar-fogo de uma semana em novembro.

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Israel diz que cerca de 100 reféns continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, juntamente com os corpos de 30 outros.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu eliminar o Hamas e trazer todos os reféns de volta, mas fez pouco progresso.

Ele enfrenta pressão para renunciar, e os EUA ameaçaram reduzir seu apoio devido à situação humanitária em Gaza.

O país também está esperando uma decisão na tarde de sexta-feira da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para decidir sobre um pedido urgente da África do Sul para ordenar que Israel interrompa as operações.

É improvável que Israel cumpra qualquer ordem.

Mesmo assim, uma ordem de cessar-fogo dos juízes da Corte Internacional de Justiça aumentaria a pressão sobre Israel, cada vez mais isolado.

Em relação aos reféns, os israelenses estão divididos em dois campos principais: aqueles que querem que o governo suspenda a guerra e liberte os reféns, e outros que acham que os reféns são um preço infeliz a ser pago para erradicar o Hamas.

As negociações intermitentes mediadas pelo Catar, pelos Estados Unidos e pelo Egito não produziram grandes resultados.

Muitos israelenses estão insatisfeitos em relação à forma como o governo lidou com a crise dos reféns. No início desta semana, um grupo que representa as famílias dos reféns divulgou um novo vídeo que mostra a captura pelo Hamas de cinco soldados israelenses perto da fronteira de Gaza em 7 de outubro.

O vídeo mostra várias das jovens soldados ensanguentadas e feridas. Em uma cena, um militante diz a uma das mulheres aterrorizadas que ela é linda.

O vídeo provocou mais protestos em todo o país pedindo a libertação dos reféns

CORPOS DEVOLVIDOS AS FAMÍLIAS

O grupo que representa as famílias dos reféns disse que os corpos foram devolvidos às suas famílias para serem enterrados. Saiba quem eram os reféns:

  • – Nisenbaum era da cidade de Sderot, no sul do país. Ele foi tomado como refém quando foi resgatar sua neta de 4 anos.
  • – Oryon Hernandez Radoux, 30 anos, era um cidadão franco-mexicano levado do festival de música Nova, do qual participava com seu parceiro Shani Louk. O corpo de Louk foi um dos encontrados pelo exército há quase uma semana.
  • – Yablonka, 42 anos, pai de dois filhos, também foi levado do festival de música. Em dezembro, sua família disse à Associated Press que ele adorava música. A família de Yablonka não teve notícias dele por quase dois meses depois que ele foi levado, sem saber se estava vivo ou morto. Fonte: Associated Press.

Estadão Conteúdo.