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A vereadora Dani Portela (PSol) disse que o dia 17 de maio de 2021, entrará para a história da Câmara Municipal do Recife como “o dia em que nós demos um passo importante em nossa cidade no enfrentamento ao racismo”.

A Casa de José Mariano votou e aprovou o projeto de Resolução, de sua autoria, número 05/2021, que institui a Comissão de Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo de caráter permanente. O discurso foi feito na reunião Ordinária virtual.

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Dani Portela afirmou que o Recife se torna, assim, a primeira capital brasileira cujo Poder Legislativo tem uma comissão que pode trabalhar em nome da justiça racial.

“O racismo estrutura as desigualdades sociais, junto com gênero e classe. Não é recorte, não é um detalhe”.

A criação dessa Comissão, disse ela, representa um passo essencial em relação à atuação de vereadoras e vereadores do Recife que estejam comprometidas e comprometidos em firmar um compromisso com as pautas e demandas da população negra que visam ao enfrentamento ao racismo e à busca pela equidade étnico-racial.

“Vivemos em um país que é composto 56,2% por pessoas negras (pretas e pardas). Quando olhamos para a composição racial do Recife essa porcentagem é ainda maior. De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio, o Recife é formado por 64% de negros. E é essa população a que mais sofre com as desigualdades, ocupando os piores indicadores sociais. Vivemos em nosso País e na nossa cidade os efeitos de um racismo que é estrutural e estruturante, que estabelece não apenas as relações entre as pessoas, mas molda toda a estrutura social”, disse.

A vereadora lembrou que quem conhece o Recife

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“sabe que os bairros mais vulnerabilizados, com menores rendas, com escasso acesso a serviços, por exemplo, são bairros de predominância negra”.

Em contraponto, ela disse que os bairros mais valorizados da cidade, com melhor infraestrutura, maior renda e melhores serviços,

“são bairros predominantemente brancos”. 

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Dani Portela observou ainda que se a temática do racismo, seus efeitos e as estratégias para o seu enfrentamento têm sido centrais nos debates públicos ao redor do mundo, para nós, elas são basilares para o desenvolvimento de nossas ações políticas.

A aprovação da Comissão de Igualdade Racial, disse a vereadora Dani Portela, representa uma ação importantíssima para a luta do povo negro.

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“Esta Comissão será fundamental, inclusive, no debate sobre a urgência de um Estatuto de Igualdade Racial para a cidade do Recife, que visa a enfrentar as desigualdades raciais. Com essa aprovação, daremos um importante passo na busca pela equidade étnico-racial e em consonância com as reivindicações dos movimentos sociais negros em prol mudanças na vida da população recifense.  Acreditamos que uma cidade melhor para a população negra é uma cidade melhor para todas as pessoas”.

Muitos parlamentares parabenizaram Dani Portela pela iniciativa. A primeira a falar foi a vereadora  Michele Collins (PP). Ela afirmou que a iniciativa vem ao encontro de outras ações já realizadas pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara, da qual é presidente.

Mas, admitiu que, com a Comissão de Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo, o assunto será tratado de forma mais específica e ampla.

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Companheiro de bancada de partido, o vereador Ivan Moraes (PSOL) se disse feliz com a medida e destacou a importância de pessoas negras ocuparem lugar em espaços de poder, para mostrar a dimensão de suas lutas. Ressaltou dificuldades do atual momento vivido pelo País e o quanto é importante combater o racismo estrutural.

Para a vereadora Liana Cirne  (PT), fatos históricos mostram o quanto é necessário combater o racismo. Ela diz que é fundamental também uma reparação e maior visibilidade à causa.

“Numa cidade em que mais de 60% da população é formada por pessoas negras, estabelecer políticas antirracistas na Casa de José Mariano é uma urgência”.

O vereador Marco Aurélio Filho  (PRTB) afirmou que não se pode reparar  a dor e o sangue derramado pelo povo negro durante séculos de história,  mas é possível trabalhar para um futuro com mais oportunidades.

“Esse  é o nosso papel e é fundamental para a  democracia,  representarmos um povo sofrido que chora pelos preconceitos que enfrenta diariamente”.

O vereador Luiz Eustáquio (PSB) fez questão de lembrar que o patrono da Câmara,  José Mariano, foi um  abolicionista.

“As lutas são muitas, ainda sofremos muitos no dia de hoje. O racismo estrutural é uma realidade e nós temos que lutar no dia a dia para sermos respeitados por sermos negros e negras. O Recife é uma cidade libertária e vamos estar do seu lado, Dani Portela,  para varrer de vez isso, que é tão mal para a nossa sociedade”.

Um marco civilizatório, foi assim que Cida Pedrosa (PCdoB) definiu a criação da Comissão. Ela considera que se trata de um elemento a mais dentro de uma grande luta.

“A Casa sairá mais fortalecida com essa Comissão, que será um espaço de luta, de enfrentameento, de denúncia e contribuirá para a construção de um mundo melhor”.

ares parabenizaram Dani Portela pela iniciativa. A primeira a falar foi a vereadora  Michele Collins (PP). Ela afirmou que a iniciativa vem ao encontro de outras ações já realizadas pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara, da qual é presidente.

Mas, admitiu que, com a Comissão de Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo, o assunto será tratado de forma mais específica e ampla.