Joseph McCarthy entrou para a história como um paranóico, autoritário e populista (na época em que esta palavra tinha um significado), mas o turrão senador americano, além de ter sido provado correto pela história (sim, afinal, os russos infiltravam agentes em Hollywood, e bem mais do que McCarthy pensava), teve uma intuição que mereceu destaque: afinal, somos falíveis, mas por que certas pessoas sempre erram para o mesmo lado? É a pergunta que sempre levantamos a cada nova pesquisa do Datafolha sobre o PT.

DATAFOLHA

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Nas últimas eleições, em 2014, na penúltima pesquisa do primeiro turno, o Datafolha era taxativo: Dilma tinha 40% de votos, Marina tinha 24% e Aécio patinava em terceiro, com 21%.

Três dias depois, Dilma teria 41%, Aécio 33% e Marina meros 21%. Como explicar o “aumento” de 12% do Aécio em três dias?

Mesmo que contemos a última pesquisa, na véspera do pleito, em que Aécio já havia ultrapassado Marina por 26 a 24, o resultado final ainda está bem acima da margem de erro. Dilma teria 44%, pela última pesquisa. Dentro de uma margem de erro de três pontos percentuais, mas por que mistério o Datafolha erraria com Dilma sempre pra cima, e com os outros candidatos sempre para baixo? Por que até mesmo uma possível transferência de votos de Aécio para Marina era pleiteada, prejudicando o tucano e favorecendo o PT?

Se o petista estiver na frente, parece que a pesquisa sempre divulgará na margem de erro superior. Seu adversário, sempre na margem inferior. E, claro, em boa parte dos casos, bem além da margem de erro. Não conhecemos um caso de erro do Datafolha em que o instituto tenha chutado que o PT estava pior do que o esperado, ou em que o Datafolha tenha cogitado que os adversários do PT estavam numa posição melhor do que de fato estavam.

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“errando para cima” (e muito para cima)

No caso da campanha do desarmamento (que foi recusado pela população, embora a lei tenha passado de toda forma), o Datafolha afirmava que 80% das pessoas queriam desarmamento. Nas urnas, tão somente 36% votaram contra o direito de possuir armas, sagrando-se o monopólio das armas nas mãos de quem não respeita a lei.

O problema, pois, não é o Datafolha errar, já que em futurologia, todo mundo erra (“margem de erro” é um conceito arbitrário que é praticamente uma desculpa adiantada pelo fracasso miserável que certamente se seguirá). O problema é que o Datafolha sempre erra para o lado do PT.

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No 1º turno de 2014, Datafolha errou 63% das previsões para cargos executivos

O Datafolha errou 63% por cento das previsões de intenção de votos válidos para cargos executivos envolvendo os principais candidatos no primeiro turno, de acordo com levantamento feito pelo Yahoo Brasil com os últimos dados divulgados pela entidade antes das eleições.

Sobre o percentual de intenções de voto, o Datafolha errou 17 previsões (63%) – inclusive duas presidenciais – e acertou as outras 10 (37%), envolvendo pesquisas em sete Estados, no Distrito Federal e para Presidência da República. O Yahoo considerou apenas as estimativas para os três primeiros colocados no resultado final.

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/datafolha-erra-mais-que-ibope-em-pesquisas-no-1%C2%BA-turno-234630119.html

 

Fonte: sensoincomun.org