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A rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece como fator importante para as eleições municipais de São Paulo em 2024.

Segundo pesquisa Datafolha, 68% dos eleitores paulistanos afirmam que “não votariam de jeito nenhum” em um candidato indicado pelo ex-presidente.

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Na via contrária, apenas 13% dizem que a indicação de Bolsonaro “levaria a escolher candidato com certeza”.

Entre os três personagens representados na pesquisa, Jair Bolsonaro aparece como o pior cabo eleitoral para as eleições do ano que vem.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – ele próprio apoiado por Bolsonaro -, consegue mobilizar um pouco melhor os eleitores, mas também tem uma rejeição alta: 15% votariam com certeza em um candidato indicado por ele, enquanto 46% não votariam de jeito nenhum.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma receptividade melhor entre os paulistanos: 23% dizem que votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista, enquanto 37% rejeitariam sua indicação.

A pesquisa foi feita presencialmente com 1.092 eleitores ouvidos pelo Datafolha na terça-feira, 29, e na quarta, 30.

Essa preferência pode fazer a diferença na disputa que coloca como principais adversários o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que se aproxima de Bolsonaro, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que tem apoio do PT.

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Como mostrado no blog De Dados em Dados do Estadão, mapas de votação de pleitos anteriores na capital paulista mostram que nas franjas da cidade, onde se encontra a maioria da classe D, os candidatos mais identificados com o lulismo acabam sendo majoritários.

No centro expandido, onde se concentram as classes A e B1, os candidatos anti-Lula normalmente são a escolha do eleitor.

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O principal desafio, então, seria vencer na zona intermediária, que circunda o centro, mas ainda não está nas franjas da cidade.

No entanto, na eleição de 2022, Lula conseguiu equilibrar o jogo no centro expandido, muito em função do aumento da rejeição a Bolsonaro nas classes mais altas paulistanas.

Bolsonaro até venceu na zona intermediária, mas perdeu de lavada nas franjas e em boa parte do centro expandido. Isso significa que, como candidato mais à direita, Ricardo Nunes precisa do voto anti-Lula, mas só se escorar em Bolsonaro não resolve.

Vale lembrar, contudo, que ainda é muito cedo para prever resultados a partir da pesquisa de rejeição. Em abril de 2022, 62% dos eleitores do estado de São Paulo afirmaram que não votariam em um candidato indicado pelo então presidente Bolsonaro.

Ainda assim, o estado elegeu Tarcísio na disputa contra o candidato de Lula ao Palácio dos Bandeirantes, Fernando Haddad.

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