Geraldo Alckmin é detentor de um verdadeiro latifúndio eleitoral. Aproximadamente metade do guia eleitoral; estados importantes como São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; uma imensa bancada legislativa e o apoio do poderoso centrão. Alckmin é um verdadeiro político profissional. Foi vereador, prefeito, deputado e chegou ao feito de 4 vezes governador do estado mais rico do país. Nada disso seria possível sem que ele tivesse uma grande habilidade política nata. O que surpreende é que ele siga patinando nas pesquisas eleitorais faltando poucos dias para a eleição. Se ele mantiver o ritmo chega lá com menos de 10% e sequer passa ao segundo turno. Pagou caro pelo centrão, abortando candidaturas majoritárias do PSDB em estados importantes e estratégicos, mas viu uma quantidade expressiva de deputados, em especial do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, virar as costas para ele e canonizar Jair Bolsonaro. Dos que restaram, fatias maiores também se destinam a Ciro Gomes e Haddad, restando apenas uns gatos pingados para estampar o laço do PSDB no peito. Foi abandonado por muitos grupos de mídia que estavam com ele até julho. Incapaz de encarnar o antipetismo como Bolsonaro fez para crescer como um foguete, resta a Alckmin gerar algum fato político importante faltando uma ou duas semanas para o pleito que possa deixar Bolsonaro em queda livre. Com o atentado ocorrido em Minas Gerais, o deputado pode não crescer mas também não cai. O imenso poder de fogo deve ser canalizado a ponto de catapultar Alckmin e evitar uma derrota fragorosa em primeiro turno do candidato com a maior estrutura possível, talvez sepultando uma carreira longeva na política.

Marina saltou sem paraquedas – A ex-senadora e candidata a presidente da república já começou a cair. A migração espontânea de votos de Lula já começou em torno de Ciro Gomes e Haddad. Sequer lidera no próprio estado natal, onde Jair Bolsonaro está vencendo com folga.

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Cirão da Massa – O apelido dado nas redes sociais não poderia fazer mais jus ao candidato. Lula está na TV, mas o povo sabe que não pode ser candidato. Haddad é o candidato de Lula, mas o eleitorado massivo de Lula sequer sabe dizer seu nome. Ciro está crescendo progressivamente e tomando o eleitorado no espaço que Lula deixou.

Nem um nem outro – Um segundo turno sem PT ou PSDB seria a melhor resposta por renovação política que o povo poderia dar. Há 24 anos, tucanos e petistas polarizam a disputa tanto no primeiro quanto no segundo turno. Bolsonaro já se consolidou para ir ao segundo turno com o PSL. Do outro lado, ainda vemos uma brutal disputa entre Marina, Ciro, Haddad e Alckmin para que um se sobressaia a ocupar a segunda vaga.

Por Marcelo Velez