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A contemporaneidade trouxe padrões ortodoxos, esses condicionam pessoas a agir e a pensar da mesma forma. Grupos que se anteciparam em tomar para si como verdade absoluta a “fantasia” das doenças mentais, não descarto aqui a esquizofrenia, porém não a considero como doença mental, e sim como transtorno.

As doenças neurológicas existem sim, mas as mentais eu as desconsidero, contudo, faço um contraponto sobre o sofrimento humano que emoldura tudo para problemas mentais e a normatização como a chamada” doença mental”.

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É comum qualquer pessoa ir ao médico e voltar com laudos e exames de doenças cardíacas, pulmonares, oculares, entretanto, até então, não conheço nenhuma neuroimagem ou raio X da mente.

Todo sofrimento humano é retratado como doença mental. O desequilíbrio é catalogado num diagnóstico, tudo isso conduziu a humanidade as devidas inseguranças ou para encontrar soluções, sejam medicamentosas, ou salve-se quem puder.

As emoções não conhecidas são afloradas ou trancadas, guardadas num “cofre”. Essa onda de transtornos mentais, não estava ligado a essa construção de insegurança criada por uma cultura consumista e produtiva.

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Ao longo dos anos, os transtornos foram multiplicados, tudo que está fora da modelagem é considerado transtornos mentais. As questões nosológicas ganharam forças e as influências das indústrias farmacêuticas impulsionaram a mídia da loucura.

Freud coloca em tela o sofrimento psíquico e a medida que o mundo se transforma, novos olhares são lançados sobre esse sofrimento. A cada época o seu sofrer, mas a leitura foi enquadrada como doenças mentais.

Jaques Lacan criticou a banalização da doença mental, Lacan encaminhou para o olhar entre sintomas e sofrimento. Lacan sentencia: doenças mentais não são doenças, doenças tem meio e o fim, doenças tem causa, a doença aparece independente do sujeito.

Hoje os diagnósticos voltados para TAG (Transtornos Generalizados de Ansiedade) e transtorno depressivo é assustador. Até onde os diagnósticos estão certos?

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Hoje o desprazer é diagnosticado como doença, e aquele que sofre até de amor é despachado por uma autoridade médica para a farmácia mais próxima para encher a cara da droga oficial, o remédio.

As pessoas vivem tão sistematizadas que talvez não se pergunte “por que tantas farmácias?” ou “por que em cada avenida tem dezenas delas?” Crianças, adultos, idosos e até os animais estão recebendo diagnósticos e remédios para combater a depressão.

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Seguiremos aqui exibindo o nosso ponto de vista em relação aos transtornos que a vida nos coloca. Diferenciando transtornos psíquicos dos distúrbios cerebrais, tais como Parkinson, Alzheimer, e dos transtornos emocionais ou comportamentais, e até mesmo distinguindo a loucura da loucura.

Tem muita gente chamado o outro de “louco” e “doido”, mas o que é loucura? Cuidado com a régua que você mede o outro, talvez esse transtorno faça parte do seu cardápio.

Outra confusão que fazem é entre o comportamento psicopata e o esquizofrênico, são coisas diferentes que abordaremos aqui.

Concluo afirmando que estou procurando um “doente mental” para fazer uma radiografia e neuroimagem da mente desse “doente”. Doenças mentais não existem!